quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Rotinas

Hoje foi quarta-feira, dia mediano e par (e já se sabe que não gosto de coisas pares). Por isso, compenso, como todas as quartas-feiras, com jantar em casa da minha avó.
Não sei se é possível uma estructura arquitectónica ser sustida por três pilares, mas a minha vida garanto que é (os ímpares. De novo.). Ela é um deles, com todo o egoísmo que isso significa para tanta gente na minha vida. Todas as semanas descobrimos algo novo para fazer. A semana passada desencantámos um gira-discos e dançámos ao som de Otis Redding e, ao contrário dele que can't get no satisfation, I couldn't be more satisfied. Desta vez foram albúns de fotografias. A família do lado da mãe toda, retratada ao longo de um século. Olha! Este é o António, esta é minha prima - tem um olho azul e outro verde, este casou com a não-sei-quantas. A minha avó com os seus olhos verdões, linda! A minha mãe identificável em fotografias de casamento com multidões. Sai à mãe!
E vamos conversando, e rindo... muito! Não há riso mais contagiante que o dela. Toda a gente sabe. Só a invocação de uma cena caricata, leva-a às lágrimas.
Alentejana de gema, faz-me açordas e conta-me anedotas de alentejanos. Ou então adivinhas: "2 mães e 2 filhas vão à missa com 3 mantilhas"...
Naquela varanda a ver os barcos passar ouvi muitas vezes "a ribeira vai cheia" quando era pequena e disse adeus às pessoas que passam e cumprimentei o Sr. Augusto da mercearia da esquina e rimos mais um pouco. Diz-me que há uns tempos largos que não vê o Camané, seu vizinho, "Deve andar em digressão".
Levei a minha máquina fotográfica nova e tirei-lhe fotografias. Expliquei-lhe como funciona uma máquina digital, para que não deixe de ser jovem, como ela diz. Que chatice ser uma impossibilidade genealógica que possamos ter a mesma idade... Seríamos na certa, como somos, melhores amigas!
Em dias menos bons então, não há melhor cura. É só perguntar-lhe: "Ó vó! A avó é feliz?" e deliciar-me: uma gargalhada e um "atã nã havia de ser..."

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Antevisão de um fds

Gosto de reencontros. Para quem conhecer pessoas novas é uma constante, nada se compara a rever uma pessoa que conhecemos desde sempre, ou partir de fim-de-semana com aquelas pessoas com quem se tem uma amizade tão confortável como um sofá velho, do qual conhecemos as fissuras no tecido e as molas partidas mas não nos conseguimos (nem queremos) desfazer. Hoje tenho direito às duas e só isso, faz com que seja um dia bom.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O conhecimento pode ser uma coisa aterradora, especialmente o conhecimento de nós próprios. Às vezes queria ser o gato de Pessoa...