segunda-feira, 22 de junho de 2009

É tempo de pôr as letras nas palavras

Há alturas em que disfarçar palavrões com asteriscos e cardinais mantendo somente a letra inicial (para que o leitor possa dedicar-se ao exercício mental de descobrir a palavra em causa, ajudados por vezes pelo facto de quem escreveu a palavra ter tido o cuidado de substituir as letras por número equivalente de astericos) não chega!

Esta é uma dessas alturas. desculpem mas não posso evitar. Por isso, faço a devida advertência desde já: este é de muito baixo nível. Mesmo. Quem não quiser ver as suceptibilidades feridas, por favor não leia. Volte amanhã ou depois, ou até para a semana. Quem não fizer caso desta advertência, ou só tenha ficado com mais curiosidade após a leitura da mesma... you're on your own.

No fds passado, ao sair de um parque de estacionamento onde só passava um carro de cada vez dei por mim na clássica situação de estar frente a frente com um carro. Em 99.9% das vezes opto por recuar logo para evitar a perda de tempo do "vais tu ou vou eu?". Desta vez porém, estava a uns escassos 3-5 metros do FIM da rampa, sendo que eu estava a subir.

O Securitas, possivelmente munido de uma lógica desarmante, pensou: "Ora, esta já tá cá em cima, mais vale este andar um bocado para trás e... (ufano de orgulho) pronto! mais um problema resolvido!" Toca de dar indicações e tal e nós cumprimos. Não sem antes o outro condutor atacar o pobre do Securitas com um olhar mortífero de irritação. Para começar, isto já é tudo incompreensível. Era sábado de manhã! Haverá momento mais tranquilo na semana do o sábado de manhã??!!!!
O condutor lá fez marcha-atrás o mínimo indispensável, de má vontade, imobilizando o carro dele num sítio onde o meu passava a escassos centímetros do espelho retrovisor dele e da parede. A irritação demonstrada era tanta que comecei a pensar que o homem, se calhar, até estava com pressa (ainda que estivesse a entrar no supermercado) ou que tivesse sido despedido na véspera... Qualquer coisa. Agora estou convencida que não. Era só pura irritação por ser "forçado" a ser amável com um estranho.
Pois, quando os nossos carros se cruzaram, (e estando as janelas abertas) decidi (estupidamente) que ia ser simpática e agradecer: "Muito obrigada pelo trabalho!" + sorriso pepsodente. Ao que ele já responde com: "Anda lá com essa merda, caralho!" (malta, eu avisei que era com as letras todas).
Por esta altura já me conseguiu irritar, mas ainda mais do que por mim, pelo ar apologético da mulher no lugar do passsageiro e pior! a filha com não mais de 5 anos no banco atrás.
Não estive para me chatear (ainda por cima já atrasada para a Feira da Ladra onde ia procurar uma máquina fotográfica), acabei por só atirar com um "Mal-educado!"

E agora chego à verdadeira razão deste post, que não é tanto contar a história, mas mais algo que ele disse que me deixou a pensar no sentido (desta e de muitas outras) asneiradas. Dispara então o animal com um "Vai para a cona da tua mãe!" E eu a pensar no que leva uma pessoa a proferir uma barbaridade destas? Claro que no caso do animal não foi minimamente pensado, planeado, ponderado... Limitou-se a mimetizar uma atitude que já terá visto noutros. E possivelmente, esses outros também. Mas algures ao longo da cadeia, alguém terá pensado que era uma boa ideia mandar pessoas para aquela parte das respectivas mães. E é esse pensamento dessa pessoa inicial que me interessa. Ainda que, há falta de melhor, essa pessoa inicial se encontre personificada à minha frente pelo animal. E assim, lá teve de ser: "Vou para onde??!?! Lá que tu (não se insulta a tratar por você, perde qualidade) sejas um mal parido e gostasses de fazer tudo outra vez, eu não tenho vontadinha nenhuma, e concerteza a minha mãe ainda menos, de passar por tudo outra vez. Lamento que a vida não te tenha corrido como esperavas!"
Juro que a mulher sorriu.



Continuo intrigada com algumas expressões, desde aí tenho dedicado algum tempo a "asneirar" mentalmente. Se chegar a conclusões aviso.

2 comentários:

White Chocolate disse...

Ahahahahah mt bom!

Morales disse...

Tá bem dito, sim sr(a)!