segunda-feira, 18 de julho de 2011

Fuckin' hell guys...

O que dizer de mal do SBSR? O que dizer de bem do SBSR? Mal, já sabemos! Pó, as casas de banho, as filas nos bares, os acessos, o som que podia ser melhor. Certo. Concordo, tudo isso é horrível, mas não me demoveu. Nem a mim nem às restante 89.999 pessoas que por lá passaram nestes dias. E enquanto assim for... sejamos sinceros... não há verdadeiro incentivo para a organização fazer alterações.

Depois há o mal que posso dizer por o meu grupo ser a eterna desorganização, em que todos temos a confiança estupidamente que nos leva a pensar que é irrelevante carregar baterias de telemóvel, combinar pontos de encontro ou organizar-nos com boleias - o que inevitalmente resulta numa média de 3h por noite para chegar a casa. Mas também não me vou auto-flagelar por isso.

Por isso passo já para a parte em que digo bem. E ouvi muito boa música aqui. Ouvi Nicholas Jaar, Tame Impala, Chromeo (que foi excelente!), ouvi Ian Brown (que em cima de um palco tem o tamanho de um gigante), ouvi The Strokes, ouvi Arcade Fire. Gostaria de ter ouvido mais. De todos gostei, mas no caso de Arcade Fire... Foi épico.

Os concertos de festival são diferentes. São menos pessoais. São um nome no meio de vários. Mas não foi o caso. No concerto de Arcade Fire ouve um sentimento estranho, uma espécie de amor à 1ª vista entre a banda e o público português, do qual a banda não estava à espera - o que só tornou tudo mais espontâneo e sentido.
Todas as músicas desfilaram aos meus ouvidos numa sucessões de sensações boas, cada uma melhor que a outra. O público fez aquilo que sabe melhor, aquilo que há séculos digo que fazemos como nenhum outro público. Cantou, saltou, incitou, encorajou, aplaudiu.

Adorei este concerto, mas fico com a certeza que a banda ainda gostou mais de nós. E isso deixa-me com uma sensação estranha de dever cumprido. Quando o concerto acabou, houve direito a encore (raridade em concertos de festival). O que me surpreeendeu (e agradou) neste encore foi o vocalista regressar ao palco com um ar de quem desistiu de se ir embora, de quem sabe que não se quer ir embora, de quem se rendeu definitivamente ao público português e disse: "fuckin' hell guys... Alguém por favor monte uma empresa para ensinar aos outros países o que é ser um Público!"

Para mim, o momento alto, esta música ouvida abraçada ao meu irmão (se há gigantes de palco também há gigantes de plateia e não conheço maior) ao som das palavras dele: "Já tamos a voar!" Voei muito nestes dias...

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