terça-feira, 31 de março de 2009

O tamanho não é tudo

Pois ontem, segunda-feira (dia vil), um sorriso rasgado e uma cabeça encostada ao meu peito vindos de meio metro de gente fizeram-me ganhar o dia.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Compromissos

Nascemos, nascemos, nascemos.
Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Para quem quiser ver a vida está cheia de nascimentos.
Nascemos muitas vezes ao longo da infância, quando os olhos se abrem em espanto e alegria.
Nascemos nas viagens sem mapa que a juventude arrisca.
Nascemos na sementeira da vida adulta, entre Invernos e Primaveras maturando a misteriosa transformação que coloca na haste a flor e dentro da flor o perfume do fruto.
Nascemos muitas vezes naquela idade onde os trabalhos não cessam, mas reconciliam-se com laços interiores e caminhos adiados.
Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Nascemos quando nos descobrimos amados e capazes de amar.
Nascemos no entusiasmo do riso e na noite de algumas lágrimas.
Nascemos na prece e no dom.
Nascemos no perdão e no confronto.
Nascemos em silêncio ou iluminados por uma palavra.
Nascemos na tarefa e na partilha.
Nascemos nos gestos ou para lá dos gestos.
Nascemos dentro de nós e no coração de Deus.
O que Jesus nos diz é:
“Também tu podes nascer”,
Pois nós nascemos, nascemos, nascemos.

[Padre Tolentino Mendonça]

Miúda,
Hoje foi um dia importante para ti e, no fundo, para todos os que te rodeiam. O texto que aqui escrevi, leu-o (lindamente) a tua avó. E no fundo é isso. Gosto desta ideia de profunda e constante renovação ao longo da vida. Da possibilidade de nascer de novo, como outra pessoa ou como uma versão melhorada de nós próprios.
Hoje assumiste o teu primeiro compromisso, não só com Deus, mas contigo, com os teus pais, com os teus (novos) padrinhos, com os teus tios, avós, até comigo…
Podes ver Deus como um senhor velhinho, velhinho de barbas brancas a viver numa nuvem ou, como eu fazia, como uma criança que tinha sempre a minha idade. Assim uma espécie de amigo imaginário, percebes?
Quando me conheceres melhor, vais saber que nunca te obrigarei a ir uma missa quando não quiseres, ou a rezar antes de dormir. Mas também podes ter a certeza que nunca te admitirei uma atitude de desrespeito ao próximo ou um acto que não seja de bondade. Porque tu só tens uma obrigação a cumprir nesta grande viagem que começaste há uns meses: ser feliz! E vais perceber eventualmente, que a tua atitude é corolário da tua felicidade. E esta, por sua vez, é corolário da tua completude.
A inspiração, a motivação para ser melhor tem muitas formas. Para mim, foi, durante anos, todos os dias de manhã ler um graffiti (não faço ideia se se chama graffiti àquilo) ao pé de casa dos meus pais: “Tu és o que pões no mundo”. Concerteza encontrarás o(s) teu(s) personal motto. Senão eu empresto-te o meu. É que também eu assumi um compromisso hoje, sabes? Mentalmente perante Deus, perante mim e perante ti, verbalmente perante os teus pais. É que, enquanto a minha viagem durar, tudo farei para que a tua seja inesquecível! E, no que depender de mim, serás muito, muito feliz.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Coisinhas boas do iPod no Shuffle

Esta música é daquelas que me põe os ouvidos aos saltos, o pé a bater, a cabeça a abanar!


Cheated Hearts - Yeah Yeah Yeahs

Tentem lá arranjar desculpas para esta!

Há uma iniciativa programada para o próximo sábado. Esta é das fáceis! Só têm de apagar todas as luzes entre as 20.30 e as 21.30. A ponte já aderiu, também o Cristo Rei, os Jerónimos e a Torre de Belém. Vá lá, não custa nada!

Até podem aproveitar para um jantar à luz das velas, (ou na escuridão total!), jogar à cabra cega, ou simplesmente contar estrelas cadentes.

Mais info aqui.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Quando é que o mundo mudou e porque é que ninguém me avisou?

Ao fim de 3 conversas com 3 pessoas diferentes sobre o mesmíssimo tema, já vai sendo altura do mesmo ser submetido ao escrutínio público.
Não percebo... isto, nada... Mesmo! Por mais que me esforce, dê voltas à cabeça, troque impressões com esta ou com aquele. O que raio aconteceu aos homens deste mundo? Durante anos bateram-se por conseguir convencer-nos, mulheres, de que nem todas as relações tinham forçosamente de conduzir a casamento.
E nós fomos aceitando.
Largando sonhos cor-de-rosa de príncipes encantados, porque vocês andavam demasiado ocupados a explorar cabeleireiras da Baixa-da-Banheira.
E nós fomos indo...
Quando, no tempo da minha avó, as mulheres se repartiam entre ser mães (dos filhos e dos maridos), cozinheiras e (menos) amantes, nós desdobramo-nos em, não só isso mas também, profissionais, amigas, irmãs, chefs gourmet, amantes fogosas e companheiras para tudo o que sejam actividades lúdicas, mais ou menos radicais. E vocês sempre: "Não estou à procura de uma relação" ou então, o clássico silêncio onde vocês prometeram que estaria o toque do telemóvel.
E nós, tudo bem...
Ainda conseguimos encaixar um curso de espanhol, esloveno ou fotografia, dedicar umas horas à jardinagem, e ir passar férias só com amigas. Porquê?
Porque durante séculos assitimos impávidas ao vossos treinos de rugby ou ténis, aos jogos de futebol com os amigos às Segundas, à despedida de solteiro do não-sei-quantos em Sevilha e à saída de rapazes à Sexta. E como as telenovelas da TVI já não seguram ninguém em frente ao ecrã (se é que alguma vez o fizeram), nós fomos fazendo, acontecendo e conquistando.
E vocês deixaram... Ou melhor, nem se aperceberam.
E agora, só porque, qual putos, se cansaram se brincar aos médicos com pseudo-louras de um oxigenado duvidoso, querem vir brincar aos papás e às mamãs connosco??!!!
Olho à minha volta e só assim de rajada, conto imediatamente 5 amigas, todas com idades compreendidas entre os 25 e os 30 anos. Das mais variadas profissões, mas todas bem sucedidas ao ponto de terem casa própria. Solteiras e boas raparigas, activas, enérgicas, cheias de qualidades. Não dispensam pelo menos uma boa viagem por ano (preferencialmente na companhia de amigas). E todas, sem excepção, se queixam do mesmo. Sentem-se uns... [como é que eu hei-de pôr isto?]... cabrões! Porque vocês não entendem que pode (e deve!) existir um meio termo entre um one night stand e uma relação de papel passado.
E então, vemo-nos forçadas a lidar com o vossa preocupação com aquilo que (vocês supõem) nós estaremos a sentir, pensar, etc.
Agora é que nos vêm tratar como se fossêmos bonecas de porcelana? Não somos, não partimos com essa facilidade. Mais, o facto de trocarmos convosco umas mensagens, uns telefonemas ou algo mais durante breves momentos, não vos qualifica automaticamente para receber uma mensagem de "já cheguei" cada vez que meto a chave à porta vinda da festa. Ainda menos dá direito a escovas de dentes propositadamente esquecidas nos nossos lavatórios.
Nós vimo-nos forçadas a passar de mulheres complexas, insondáveis, intrincadas, no fundo, lindas! para uma mistura de "tasse bem" e amigos de palmada nas costas!
E vocês agora é que nos saíram cheios de minhocas na cabeça?! Aliás, esqueçam! Homens simultaneamente a fazer beicinho e a dizer "Não tenho nada!" não tem nada de graça nem charme. É gay! Ou quanto muito patético.
Na mesma linha de raciocínio também vos dou de bandeja o seguinte: não vale a pena perderem muito tempo a pensarem na razão de ela (ou eu) ter escrito "bj" e não "beijinho" num sms. Provavelmente foi só para facilitar, já que, mais provavelmente ainda, o telemóvel estava numa mão, o secador ou o volante ou uma criança na outra, o rímel ou a colher de pau na boca, tudo enquanto se tinha uma conversa em alta voz com uma amiga ou com alguém do trabalho.
Ah! Era preciso saber falar de futebol porque os meninos não só vão ao estádio (arruinando o jantar de Sábado ou o cinema de Domingo), como vêem os 50 programas de debate futebolístico (com o cabelo do Rui Santos a teimar em manter-se um protagonista viável da série Dallas)? Muito bem, aprendemos o que era um fora de jogo, fizémo-nos sócias, enchemos os estádios.
Federer vs. Nadal? Toda a gente sabe que "Love" significa zero. Não só sabemos os resultados dos últimos tempos, como ainda nos deleitamos a ver gigantes com 1.50m de pernas a correr esforçadamente de um lado para o outro, umas valente horas. E sorrimos por dentro...
Sabemos o que é um ensaio, uma placagem, um hand off, quem é o Jonny Wilkinson (e o drop sacado no último minuto contra a Austrália), sabemos entoar e mimetizar o haka.
Venham de lá esses shots de tequilla e cerveja pelo gargalo (porque é prático). E prateleiras para montar e pendurar, que nós (que tratamos o Black & Decker por tu) aguentamos. Tudo isto e o mais que venha.
E vocês? Ficam baralhados, indignados, confusos (?!) porque queriam mesmo é que nós fôssemos a Rapunzel trancada na torre à espera que nos viessem salvar... Ainda por cima, reza a lenda a trepar-nos pelo cabelo acima porque escalada só na Playstation...
Bem podem ir acordando, porque por esta hora, já nós engatámos o guarda para que nos abrisse a porta, demos uma abada na bruxa e já nos encontramos a produzir/realizar/contracenar a série televisiva a relatar o que nos aconteceu.

terça-feira, 24 de março de 2009

Sinopse de um InterRail

Ontem vi este filme (emprestado por uma das minhas bússolas cinematográficas) que, embora tenha no geral uma realização soberba, tem o seu ponto alto na descrição alucinante de um InterRail em cerca de 2 min, com as imagens a acompanhar as palavras. Brilhante!

O quote está disponível na página do IMBD, mas não substitui o filme propriamente dito.

domingo, 22 de março de 2009

domingo, 15 de março de 2009

Apanhados na curva

Gosto de ângulos. Por estas alturas, dos teus ângulos. Porque lá fora há uma ilusão de Verão. E isso traz uma realidade de sol na cara e copo de sangria branca na mão. De pôr-do-sol de pés enterrados na areia. E por isso vou indo (e iludindo) pelos teus ângulos. Deslizando pelo espaço entre os olhos, queixo, cotovelo... Porque dá muito mais gozo acelerar numa estrada em zig-zag do que numa autoestrada.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Quem tem medo do lobo mau?

Eu não, que de Capuchinho Vermelho só tenho um casaco...

terça-feira, 10 de março de 2009

Rageaholic

Pouco passava das 8h da noite de ontem quando meti a chave à porta (trancada com 2 voltas). Senti logo algo estranho porque a luz da sala estava acessa, mas como sou despistada q.b., não liguei. Assim que entrei na sala, percebi. O vidro da janela partido, as portadas escancaradas, o vazio onde antes estava a televisão... Saí para o terraço e ouvi a minha vizinha dizer: "vai a fugir". "D. Amália! Levaram-me a televisão!" Saio a correr, dou a volta ao prédio para ver se o encontro (é estúpido e tal, mas se fosse vocês logo viam se não dá vontade). Volto a casa para procurar o portátil, a máquina fotográfica. Aparentemente tudo cá. Digo aparentemente porque o caos que é o meu quarto não me permite perceber se falta alguma coisa. Nisto, já com vizinhos volto a sair. Descubro a televisão escondida debaixo das escadas de incêndio do prédio, uns metros à frente um saco de plástico com os meus walkie-talkies. Ainda penso mais "se o tenho apanhado..." pseudo-ladrão que foge de uma rapariga desarmada merece ser espancado! Vizinhos, polícia, pais. Já dei por falta de um relógio, presente dos meus pais, caro demais para um relógio. Continuo sem perceber se me falta mais algo, não posso mexer em nada. Parece que a equipa de vestígios vem aí tirar impressões digitais. A minha mãe insiste em que eu vá dormir a casa deles. Não quero. Ainda me tento escudar nas palavras do polícia "Ah! Isso hoje não volta de certeza, sabe que nós andamos aí". Não por heroísmos parvos, nem coragem. Só porque não quero deixar a minha casa abandonada. É minha, porra! Trabalhei para a ter, bem como tudo o que está lá dentro! Dizem que o pior é a sensação de devassa, a invasão de privacidade. Não senti isso, pelo menos até agora. Aquilo que senti mais foi o atentado à MINHA propriedade. Já disputei todos os playmobiles que tinha a disputar com os meus irmãos quando era miúda. Lá acedi a ir com os meus pais, não sem antes lhe deixar um recado carinhoso, para o caso de ele decidir voltar. A lata!!!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Shuffle

Acho que o shuffle do meu iPod está sincronizado ao meu cérebro. De vez em quando, vêm-me à cabeça umas músicas soltas... Sem explicação aparente. Hoje de manhã, foi isto:


Back to You - Coconut Records

O Fado dos subúrbios


Os OqueStrada foram ao Maxime na Quarta-feira. Constam que irão também nas próximas. Já os conhecia mas fui vê-los pela 1ª vez, adorei. É aquele tipo de música que tem o condão de me fazer sentir alegre. E eu precisava de me sentir alegre.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Esquerda, direita, esquerda, direita...

Escrevo com a mão esquerda;
Como sopa, etc (só com 1 talher)com a mão direita;
Já para me maquilhar... mão esquerda;
Para cozinhar (mexer a comida, cortar, etc), entra em acção a mão direita;
Para pintar as unhas, uso as duas;
Jogo golf à direita,
Assim como ténis,
E voleibol ou futebol,
Mas sou canhota a fazer snowboard;
E a fumar,
Ou a beber (excepto de garrafas);
E a comer à mão,
Mexo no iPod à destra (ou dextra), mas no telefone à canhota, ou indiferenciadamente.
Uso pauzinhos na mão direita, mas como um gelado com a esquerda.
O meu instinto é esquerdino: se vou apanhar um papel do chão, defender-me de uma bola, etc. mas tenho mais destreza (e força) no lado direito.
Sempre que vou fazer algo pela primeira vez, demoro uns bons tempos até perceber que lado utilizar.

Como é que eu não hei-de ser confusa?

terça-feira, 3 de março de 2009

Recaída

Pensava que já estava curada mas tive uma recaída... por isto:


Milk - Kings Of Leon