quarta-feira, 29 de abril de 2009

Amsterdam

É não só o nome de uma música que adoro, como o meu destino este fim de semana. Queens day, here we go! Isto promete...


segunda-feira, 27 de abril de 2009

Stacey Kent

É um nome que encerra muito mais do que a soma das suas letras. Quem tiver curiosidade, pode informar-se aqui. Sexta-feira tive uma noite tão diferente das demais, quanto a Stacey Kent é diferente da maioria. Não sei se foi do espaço (Museu do Oriente), não sei se foi por já não ir a um concerto de jazz há uns tempos, não sei se foi da companhia, ou talvez do facto de haver uma química incrível no palco (fiquei a saber que o saxofonista Jim Tomlinson encontrou na Stacey a sua musa, passando a compor para ela, a tocar com ela. Também se casou com ela. Já lá vão 18 anos.), não sei o que foi, não que importe. Foi excelente!

Também pode ter sido um pouco por causa da conversa. Estas nossas conversas são uma experiência um bocado desconcertante. Um bocado como não resistir a tocar na cera líquida da vela, sabendo de antemão que me vou queimar. Não vou aqui partilhar conteúdos (isso representava nova queimadura), mas dou a conclusão.
Tenho para mim que there's more to Matrix than meets the eye... Não me refiro ao Keanu Reeves, dispenso. Nem tão pouco à banda sonora (ainda que ache o "Clubbed to Death" uma música brutal).

Refiro-me à ideia de que a grande maioria das pessoas vive, ou melhor passa pela vida, como marionetas. Todas as acções provocadas/condicionadas por fios. O fio do standard, o do conservadorismo, o do que os pais esperam delas e por aí fora. Fios perigosos e ao mesmo tempo inócuos pelo mesmo motivo. Porque são invisíveis. Perigosos para quem os descobre, inócuos para quem não.

Acho que padecemos do mesmo mal, conseguimos ver os fios. Sabemos que podemos ter o sonho do Pinóquio, mas sabemos o que implica tornarmo-nos "pessoas de verdade". Pesamos os prós e contras com uma frequência e de uma forma que a maioria nunca sequer ponderou, simplesmente porque nada disto lhes passa pela cabeça. É esse o perigo. É por isso que temos cuidado um com o outro. É desse abismo que fugimos. Porque partir, no nosso caso está à distância de uma tesoura. O que fazer? Devemos abandonar completamente os sonhos? Pessoa disse: Alguns têm na vida um grande sonho e faltam a esse sonho. Outros não têm na vida nenhum sonho, e faltam a esse também. Afinal, é uma sorte ou uma maldição nossa? Não tenho resposta... Não sei se alguma vez terei. Mas sem dúvida que não estou disposta a fingir completamente que não vejo os fios. E dou por mim a pensar que se Ícaro tivesse amarrado uma corda ao pé, teria voado sem cair.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Tenho um amigo novo

Nunca liguei muito às idades, é um facto. Mas desta vez superei-me. Tenho um amigo novo. Conheci-o no curso de fotografia. É o Hélder. Tem muito mais de 60 anos. E é um castiço. Mesmo! Como conheço poucos. Para além de ser também um bem-disposto. Descubri ontem que é o pai do Gui, baterista dos Da Weasel. Dos quais o Pacman é vocalista. Pacman esse, que também canta com quem-nós-sabemos...

Samuel, estamos um passo mais perto.

domingo, 19 de abril de 2009

É pró menino e prá menina!

Fomos despertadas pela 1ª vez às 5 da matina... a um sábado! Masoquistas, dirão alguns. Levantámo-nos finalmente já perto das 6h, uma vez que tínhamos deixado tudo pronto de véspera. Por volta da 6.30h, ainda noite cerrada, já estavámos no nosso destino: Feira da Ladra. Uma chuvinha irritante acompanhou todo o processo de ir falar com os restantes vendedores: "Por acaso não há aí um espacinho vago?"; "Podem ficar com o meu, é o 163."; "Obrigada."
1ª Lição: ser sempre simpático com as pessoas que lá estão todas as Terças e Sábados. O território é deles e fazer inimizades é meio caminho andado para o negócio não correr bem.
Mais importante do que o-que-se-vende é onde-se-vende! Ou conseguíamos arranjar um spot no largo ou então nada feito. Conseguimos! De caminho, ainda conseguimos que o Mário (habitué da Feira, como é prova a cadela que traz ao colo, de sua graça "Fresquinha da Ladra") nos emprestasse um oleado para tapar as coisas enquanto a morrinha não nos larga.
2ª Lição: conseguir perceber quem é o vendedor que não estará presente naquele dia e pedir gentilmente se podemos usar o "seu" espaço.
Exactamente na altura de descarregar o carro recebo um telefonema do J.* que fazia o trajecto Lux-casa. Óbvio que pouco tempo depois do telefonema começar teve uma ideia (na óptica e no estado dele) brilhante! Daquelas de acender uma lâmpada na banda desenhada: "Eu vou mas é aí ter! Ó chefe, é para a Feira da Ladra." Chegou mesmo a tempo de ajudar a transportar os sacos para a nossa loja. Passado um bocado, telefonámos a mais um reforço, o P.* que também ia (ou pensava que ia) para casa. Passado um bocado, também ele chegava e enturmava com a malta. Arrumámos tudo o melhor possível (o que, tendo em conta a chuva miudinha e a falta de tempo, não foi muito).
3ª Lição: Levar reforços! Muito importante...
Por volta das 8h abrem-se as "portas" e as hostilidades. Durante cerca de 2.30h trabalhámos no duro. As pessoas rodeavam-nos qual abutres, vista de cima a cena devia assemelhar-se a um bando de pombos a atacar milho no Rossio. "Isso é de marca, são 2€." No meio do caos, só me lembro do J. com um chapéu à Russo e uma gravata ao pescoço a regatear com um marroquino e do P. a ser literalmente despido de um colete de lantejoulas que envergava por uma velha, pela módica quantia de €2,50... Ao J., ainda o tentaram (por mais de 1 vez) comprar: "E o menino quanto custa, que ainda é a melhor coisinha desta banca?..." O vizinho da banca detrás sacava pérolas do seu gira-discos... de Rolling Stones a Elton John, passando por Guns n' Roses... Nós dançámos... e vendemos. O P. assumiu a gerência da secção de bijuteria e perseguia com requintes de stalker os pulsos femininos. Era vê-las esticar o bracito para pescar uma peça e... zás... toma lá com uma pulseira de missangas! "Fica-lhe a matar!"
4ª Lição: Manter a calma mesmo nos momentos de maior tensão, divertir-se com as pequenas cenas que se vão desenrolando perante os nossos (incrédulos!) olhos.
Após o maior pico de vendas, durante o qual despachámos quase todo o stock, demos folga aos nossos assistentes para irem, merecidamente, repôr o sono. Aqui demos início a outro grande momento: os saldos! Leve 6 pague 5, ou tudo a €1. Novo pico de vendas. Umas bifas levaram-nos uma quantidade incrível de sapatos incrivelmente feios. Adoraram! Nós também...
5ª Lição: Quando parece que já não se vende mais nada, adoptar nova estratégia de marketing.
2 dos nossos vizinhos aproveitaram o facto de já não estarmos acompanhadas para nos vir pedir os números de telefone. O Pedro que queria que fossêmos sair com ele para as Docas e o Hugo que nos queria levar para o Montijo.
6ª Lição: Mais vale dar um número de telefone e receber uma mensagem do que criar um stress. No fundo toda a atitude tem de se basear na ideia de não criar confusão.
O sol já ia alto e nós acusávamos o cansaço. Já não tínhamos grande coisa para vender e já só pensávamos no banho que íamos tomar, na pizza que íamos pedir e na sesta que íamos fazer. Então propusémos ao vizinho da frente vender-lhe o resto do stock por €10. Olhou para nós como se estivéssemos doidas. Então... propusémos à mulher dele vender-lhe o resto do stock por €10! 5min depois já tínhamos fechado negócio e caminhávamos para o carro de mãos a abanar e bolsos cheios, não sem antes termos feito uma ronda pelas bancas a despedir-nos de toda a gente.
7ª Lição: Tudo se transacciona desde que haja persistência.
Chegámos a casa tão cansadas que houve pouco tempo para comer, contar e dividir as receitas antes de quinarmos. €275 e trocos, foi o resultado. Em termos de experiências, muito mais. É uma ilusão pensar que quem vende numa feira é menos do que quem trabalha num escritório. Muitos têm trabalhos fixos durante a semana e vão lá pelo dinheiro extra e quiçá pela experiência. Bem, agora já tenho os armários vazios é altura de começar a recolher novas peças para a próxima ida à feira.


* - Por respeito aos intervenientes decidi omitir os nomes.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Porque amizade também é...

Enchermo-nos de orgulho com os feitos, projectos e conquistas dos outros... Aqui vai um grande beijinho... não! um abraço (como aqueles que dás às vezes nos fins de noite) à boleia num daqueles vôos da vueling a €30 para Barcelona, com chegada prevista às 20.55h (hora local).
Não te esqueças de passar no aeroporto a recebê-lo!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Dêem-me uma mangueira e já brinco










Planos

Kms a perder de vista para trás... kms a perder de vista para a frente...

"Qual é a vossa profissão de sonho?", pergunta o meu irmão algures na A2 a caminho do sul para uma Páscoa em família. É assim uma espécie de o-que-queres-ser-quando-fores-grande? quando já és grande.

A minha resposta foi pronta: Fotógrafa do Lonely Planet (ou outro guia semelhante). Porque assim posso juntar as minhas 2 grandes paixões...

Silêncio...
Kms a perder de vista para trás... kms a perder de vista para a frente...

Tenho andado sem inspiração. Ou melhor, não é bem sem inspiração. Tenho é canalizado a inspiração para outras coisas (como o curso de fotografia que estou a tirar e me tem ocupado 80% das noites nas últimas 3 semanas). Cada melhoria em termos técnicos acarreta sempre alguma perda de "inocência". Há que voltar às bases, à idade-dos-porquês, mas com a desvantagem de já não haver uns pais a responder... Só o nosso juízo crítico: Porquê disparar agora e não depois? Porquê este enquadramento? Porquê esta luz? Qual a abertura que vai traduzir os meus pensamentos?

Estou a ressentir-me disso. Mas o objectivo, o drive inicial está lá.

Quando não se pode viajar, aprende-se!
Novas formas de viajar, formas de viajar melhor, formas de trazer as viagens connosco. Cá dentro e, na melhor das hipóteses, reflectidas nas paredes do nosso quotidiano. Costumo chamar-lhes "olhares roubados ao tempo".

Porque cada viagem, mais do que encher-me as medidas ou completar-me, transborda-me as medidas e desafia-me. A minha alma expande-se para uma nova forma e depois é encher com conteúdos o espaço ganho ao vácuo. E assim vou indo...

Levei comigo o livro "Até onde vais com 1000 euros?" da aventura do Jorge e do Carlos de bicicleta até Dakar, que acompanhei na altura devida no blog. Devorei-o... Se por devorar entenderem ficar afastada da praia, televisão e outras distracções que tais. Só parava de ler quando a luz me lembrava que tenho um projecto de fotografia para entregar na quarta-feira. É essa a magia dos livros de viagens. Pensam que fui passar a Páscoa ao Algarve? Eu fui mas é ao Dakar com eles, com direito a Mauritânia e tudo. E com isto, apercebi-me que já faltam menos de 6 meses para a próxima aventura. Desta feita, por terras mais orientais. É tempo de começar. A ler guias, a falar com pessoas que lá estiveram para pedir dicas, a organizar cabeças e jantares, a testar as câmaras a levar, etc.

Como em cada viagem, é tempo, antes de mais, de ir atrás para avançar. Lembrar de todos os momentos que me fazem viajar. De quando a minha alma ainda era mais pequena. Da arquitectura das outras cidades (algumas feitas de árvores), das pessoas que conheci. O Abraham que me guiou pelos caminhos da selva, do Bruno, o rapaz que fazia esculturas de cabaças para vender numa praia Brasileira, do inglês em cuja casa fizémos um festão em Itacaré, do Juri, companheiro e professor em tantas descidas de encostas mais ou menos íngremes, do Pedro dono da pizzaria em Ibiza, daquele prédio na 5th Av., dos crocodilos no Mississipi, dos comboios italianos, do tram holandês, das pontes em Praga. Das fotos tiradas aqui e ali, que agora vou rever (e reviver). Lembro-me sempre da sensação que tive ao tirar determinada fotografia. Despedida, entusiasmo, deslumbramento, tristeza, abandono... o que for.

Antes disso ainda tenho direito a uma preparação. A descida da costa alentejana de bibicleta em Junho. Vá para fora cá dentro, não era o que diziam?! Pois bem. Acabei de me aperceber que tenho 2 projectos paralelos: a viagem "grande" e esta, que embora mais pequena, claramente é mais complicada em termos de logística... Tenho de comprar uma bicicleta. Talvez um capacete? A ver vamos. Quanto à outra, está na altura de pesquisas nessa ferramenta mágica que é a internet na busca incessante pelo unicórnio dos vôos: o mais barato!

Ala, que se faz tarde!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Do contra

Como hoje é dia das mentiras e qualquer coisa que eu aqui escrevesse ia passar por isso mesmo, decidi não escrever!