terça-feira, 21 de junho de 2011

Money talks and bullshit walks


Há 1 mês: "Ah e tal... A minha cláusula de rescisão é muito alta..." Já para não falar das afirmações veementes e conjuntas de Pinto da Costa e Villas Boas de que "não sai e não sai e não sai" - e só o facto de serem conjuntas é que me faz pensar que foram sinceras e não um genial isco para os ingleses (Aí sim, VB, serias grande).

Hoje: Afinal foram só 15 milhões.
Ó filho por mim podes ir para o Chelsea, para o Inter, para onde tu quiseres (e milionários pagarem), mas a sério, era preciso as juras a pés juntos há um mês atrás???

Por isso é que Villas Boas não é o Mourinho... Enquanto que aquele ainda diz coisas da boca para fora que provam que a memória curta e a consciência tranquila se confundem na sua cabeça, o Mourinho rege-se pela prudência de quem já conhece o Abramovich há uma carrada de anos e sabe que, para certas pessoas, nada é impossível.

E só para a risota: André Villas-Boas troca "cadeira de sonho" do FC Porto por "cadeira de sonho húmido" do Chelsea.


sexta-feira, 17 de junho de 2011

Pronto! É a última!



É culparem (ou agradecerem) ao shuffle do iPod...

Eu hoje estou uma mãos largas!

Aqui ficam mais 2 sons épicos. Para agarrar num carro (idealmente mota) e arrancar...


Tenho muito muito orgulho nestes Tugas!

E com este grande som...

(E igualmente bom videoclip)

Bom fim de semana.

É


Estou com saudades das borboletas...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Casamentos de Sto. António

Domingo, às 10h da matina, Bruno (um dos noivos), TVI:

"Ora... eu conheci a Rosana numa superfíce comercial da zona da Grande Lisboa e prontos."

Nice, Bruno. Nice.

Manjericos e Tony Carreira


Eu sou popular. Popularucha. No sentido em que gosto de ser Portuguesa no geral e Lisboeta no particular. Gosto de minis, e sardinhas comidas à mão de cima de uma fatia de pão e adoro arroz doce e febras e manjericos, gosto dos balões de Sto. António e ainda gosto mais dos de S. João. Deliro com Junho e não saio de Lisboa apesar do fim de semana prolongado, porque calha "nos Santos".

Posto isto, também andei por Alfama e Bica e Sta. Catarina e outros sítios ainda menos óbvios e cantei o "Pai da criança" e "as tetas da cabritinha" e ainda vi um pouco dos casamentos de Sto. António, mas pronto. Como diz a música "Sto. António já se acabou..." e seguimos com a nossa vida, certo? Errado.

Porque é nisto que Portugal se diferencia de qualquer outro povo. Nós não sabemos parar. Dizem-nos um povo melancólico, mas não conheço outro onde a euforia que sobreponha à realidade (querem melhor exemplo do que o Euro 2004? Nós ganhámos aquele campeonato a atravessar a ponte 25 de Abril).

Vai daí, como é que se pode prolongar a euforia Santos Populares? Com um MEGA PIC-NIC na Av. da Liberdade. E sim, é bom porque promove os produtos e os produtores nacionais e ainda se come à pala (e bem).... 
Mas... 
Tinha de ser no centro da cidade? Não chega a Av. já ter tido constrangimentos durante toda a semana que antecedeu as Marchas? Vocês farão ideia do incómodo (e atrasos recorrentes num país que se debate com níveis assustadoramente baixos de produtividade), para as pessoas que têm de passar pela ou trabalham na Av. da Liberdade? Nem falo por mim, que venho a pé e por mim podiam relvar (sim, o verbo existe) tudo desde o Marquês aos Restauradores, mas aquela malta nos carros a maldizer a vida e o condutor da frente deu-me pena. E acho que mais um sábado de folia não compensa, para estas pessoas, as chatices da semana.

Fica a sugestão, para a próxima por que é que não se vão enfiar num local adequado a pic-nics, que é como quem diz no campo, que é como quem diz no boda, que é como quem diz Monsanto? 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A minha versão do amor

Em Lisboa, faço a minha vida a pé. Quase toda. Às vezes complementando com autocarros e metros. Eu reconheço todos esses argumentos de que o metro é mais rápido, mais fashion, mais Nova Iorque, mas a mim causa-me alguma confusão o "estar debaixo da terra", por isso acabo muitas vezes num autocarro.

Naquela manhã entrei num e dei os bons dias ao condutor (adoro que um bom dia seja algo que eu posso dar assim). Dou bons dias a condutores de autocarros de forma involuntária e normalmente só me apercebo que o fiz quando olham para mim supreendidos e respondem entredentes.
Segui, sentei-me e pensei no muito que tinha para fazer naquele dia e nos dias seguintes àquele. E lembro-me que prometi dar feedback a um amigo do filme Barney's Version (A Minha Versão do Amor) quando o visse, e já o vi e ainda não dei. E mentalmente estruturei os meus pensamentos sobre o filme. Gostei muito. Mesmo. Porque me surpreendeu, sem que eu esperasse. Eu explico. Habituei-me a dividir os filmes que tenham histórias de amor por tema central, em 2 categorias:
ou bem que se trata de um filme lamechas sobre um par de brasas que passam 2h no ecrã (porque ninguém acredita que aquilo possa acontecer na vida real, pois não?) às turras até finalmente abrirem a pestana e perceberem o que não tinham visto nem que tivessem sido atropelados pelo óbvio, que sempre estiveram pré-destinados, que é muito simples e cor-de-rosa ficarem juntos e deixam-nos antever que vão ter filhos lindos sem problemas nem crises existenciais de adolescência, e viver em casas enormes e bem decoradas sem pagar prestações ao banco nem contas de qualquer espécie,
ou
é daqueles filmes em que eu, antes de entrar no cinema, já me preparo psicologica e fisicamente para ser atropelada por um camião e ainda levar um pontapé no estômago depois. Filmes duros em que o amor é utópico e, por isso, nunca resulta e o máximo que podemos esperar é uma vida partilhada com alguém como se partilha uma coisa demasiado pesada para ser carregada sozinho. Com contas e traições e resignações e reveses e tragédias e rotinas e caras tristes reflectidas em espelhos.

Já a versão do amor do Barney não é nem uma coisa nem outra. É a história de um amor utópico e perfeito na vida de pessoas cheias de realidade e imperfeição. É a história de um amor que não devia existir, mas existe. E resiste. A outras relações, ao casamento, à traição, ao divórcio e à morte. Se o amor não começa com o casamento porque raio haveria de acabar com o divórcio?

Olho para o relógio. São 8.11h da manhã e é nestas coisas que penso... Rio-me para mim  e faço a nota mental: "Não sejas tão séria contigo própria." E nisto, entra no autocarro um pretinho que não tinha nem mais de 14 anos nem barba na cara. Com um ramo... Não. Ramo não é a palavra certa e eu quero descrever isto bem... Com um molho de florzinhas de todas as cores e espécies, com caules do tamanho de lápis, provavelmente surripiadas de um qualquer jardim, com as raízes ainda a pingar terra. A fazer as vezes de embrulho um saco de plástico da farmácia.
Entrou com uma cara solene, os olhos sorridentes e com um molho de flores embrulhadas num saco de plástico da farmácia e sentou-se atrás de mim.

E nesse instante, naquela manhã, naquele autocarro, daquele miúdo reaprendi uma lição, que já tinha esquecido. E a versão do amor que envolve molhos de florzinhas de todas as cores e espécies, com caules do tamanho de lápis, com as raízes ainda a pingar terra, embrulhadas em saco de plástico da farmácia tornou-se a minha.