terça-feira, 22 de novembro de 2011

O olhar da minha avó

Sempre que vê umas escadas rolantes entre embasbacada e curiosa: "Já viste isto? Já pensaste no que pensou quem inventou isto? Devia ser um preguiçoso.. Umas escadas que rolam!"

Aos 83 anos é possível ter um olhar novo sobre o mundo e isso é uma das coisas que mais adoro nela.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Hoje enviei a seguinte mensagem:

"Esforça-te mais. Eu valho a pena."

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Maria Callas na mercearia

A música que me acompanhou:



O meu dia foi planeado da melhor forma. Sem o ser.
Saí para as ruas para visitar, conhecer, deambular, descobrir, fotografar.
Chegando a uma igreja no cimo de uma ladeira porque me disseram no café "Ó menina vá, que tem uma vista muito bonita sobre a cidade", encontrei-a fechada. A vista? Prédios. E mar, vá, ou não estivesse eu numa ilha. Sentado na sombreira da porta fechada, um homem de boné. Pergunto-lhe se o posso fotografar. Aceitou.


Sento-me ao pé dele e ele sentado ao pé da garrafa de vinho que já vai a meio apesar do dia ainda não. Falamos. Disto e daquilo. De álcool e do amor. Assim. Sem mais. Sem menos. Digo-lhe que tem de deixar de beber. Diz que sabe. Digo-lhe que sei que vai conseguir. Diz que não sabe. Está à espera da Rita. 20 anos mais velha que ele. Doida por ele. Rita e Roberto, "não soa bem?, pergunta. "Sim", respondo. Eventualmente, levanto-me de ao pé dele. Mas ele não se levanta de ao pé da garrafa.

Continuo a explorar esta cidade e entro numa mercearia para comprar pasta de dentes. A voz da Maria Callas chora no rádio. Ou melhor, na telefonia, que aquele objecto já não tem idade para ser rádio. Pago e pergunto à senhora se me pode ajudar. É que ando à procura do meu pediatra de quando era pequena . É amigo do meu pai mas perderam o contacto há anos. Esteve muito doente e não sabemos nada dele. Conhece o nome e acha que tem clínica "lá para cima". Sigo o braço da senhora da mercearia e deixo a Maria Callas a chorar no rádio, que é telefonia. No café, mãe, pai e filha dão-me indicações contraditórias sobre o local de trabalho do médico. Sigo as da filha (a única que tem filhos em idade de ir ao pediatra). Fiz bem.

"Trabalha cá sim! Mas só dá consulta às 4.30h", dizem-me na recepção. Decido voltar depois e procuro um jardim. Passeio entre espécies tropicais e sento-me a escrever. Regresso. Decido tentar a sorte às 15.40h. Já tinha chegado. Entro. "Lembra-se de mim?". E o ar de espanto, de quem está a procurar no arquivo da memória, dá lugar ao reconhecimento, à incredulidade. Segue-se o abraço. A conversa. E o telefonema: "Pai? Olá... Adivinhe quem eu encontrei..."

Ponta Delgada / 12 Outubro 2011

terça-feira, 6 de setembro de 2011

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Às vezes penso...

Será que já me fartei de partir à maluca sem sítio para ficar e nem pensar que não tenho sítio para ficar? Pois, não.

No Sábado a razão para partir foi esta.

No Domingo a razão para demorar o regresso foi esta (e paralelamente a "vista do quarto" eheh)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

terça-feira, 26 de julho de 2011

This is me trying...



This is me thinking maybe
This is me not killing us before we exist
This is me forgetting all our pasts
This is me thinking I deserve it too
This is me letting myself go
This is me taking a leap of faith
This is me accepting
This is me not questioning
This is me living life
This is me trying… really trying

So, would you please… just... please be patient?

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Desencontros do príncipe dos mendigos

Sentada num banco da Av. da Liberdade, enquanto gozava os últimos minutos da hora de almoço, vejo um velhinho aproximar-se. As roupas e acessórios denunciaram a condição: mendigo. As roupas sobrepostas no corpo indicando a falta de armário para as guardar. Os sacos de plásticos amarrados com nós uns aos outros, deixam perceber o hábito de andar com os bens atrás. Apoiado numa bengala que alguma vez terá sido canadiana, enfeitada com guizos que anunciam a sua chegada muito antes dos passos lentos e curtos o fazerem. Aproxima-se e diz: "A menina está aqui há muito tempo?". "Não, cheguei agora mesmo." E segue, lutando com a vergonha e a dificuldade em articular: "Não viu aqui uma senhora? Tem assim 60 anos e costuma parar neste banco ou no outro. Mas agora tiraram o outro... e eu pensei que podia estar neste". "Não vi... Mas tenho de me ir embora, porque é que não se senta e espera por ela?"

Afinal ainda há pessoas que se encontram sem telemóveis e emails e GPS. Encontros fruto do acaso e da observação das rotinas alheias. O que será que ele queria? Companhia? Dois dedos de conversa? Amor? Acertar contas entre sem abrigo? Nunca saberei. Espero que ela venha a saber... Espero que este encontro se dê. Espero que fosse por companhia, ou dois dedos de conversa, ou amor. Porque prefiro esta minha loucura saudável de quem vê lirismo na mendicidade.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Fuckin' hell guys...

O que dizer de mal do SBSR? O que dizer de bem do SBSR? Mal, já sabemos! Pó, as casas de banho, as filas nos bares, os acessos, o som que podia ser melhor. Certo. Concordo, tudo isso é horrível, mas não me demoveu. Nem a mim nem às restante 89.999 pessoas que por lá passaram nestes dias. E enquanto assim for... sejamos sinceros... não há verdadeiro incentivo para a organização fazer alterações.

Depois há o mal que posso dizer por o meu grupo ser a eterna desorganização, em que todos temos a confiança estupidamente que nos leva a pensar que é irrelevante carregar baterias de telemóvel, combinar pontos de encontro ou organizar-nos com boleias - o que inevitalmente resulta numa média de 3h por noite para chegar a casa. Mas também não me vou auto-flagelar por isso.

Por isso passo já para a parte em que digo bem. E ouvi muito boa música aqui. Ouvi Nicholas Jaar, Tame Impala, Chromeo (que foi excelente!), ouvi Ian Brown (que em cima de um palco tem o tamanho de um gigante), ouvi The Strokes, ouvi Arcade Fire. Gostaria de ter ouvido mais. De todos gostei, mas no caso de Arcade Fire... Foi épico.

Os concertos de festival são diferentes. São menos pessoais. São um nome no meio de vários. Mas não foi o caso. No concerto de Arcade Fire ouve um sentimento estranho, uma espécie de amor à 1ª vista entre a banda e o público português, do qual a banda não estava à espera - o que só tornou tudo mais espontâneo e sentido.
Todas as músicas desfilaram aos meus ouvidos numa sucessões de sensações boas, cada uma melhor que a outra. O público fez aquilo que sabe melhor, aquilo que há séculos digo que fazemos como nenhum outro público. Cantou, saltou, incitou, encorajou, aplaudiu.

Adorei este concerto, mas fico com a certeza que a banda ainda gostou mais de nós. E isso deixa-me com uma sensação estranha de dever cumprido. Quando o concerto acabou, houve direito a encore (raridade em concertos de festival). O que me surpreeendeu (e agradou) neste encore foi o vocalista regressar ao palco com um ar de quem desistiu de se ir embora, de quem sabe que não se quer ir embora, de quem se rendeu definitivamente ao público português e disse: "fuckin' hell guys... Alguém por favor monte uma empresa para ensinar aos outros países o que é ser um Público!"

Para mim, o momento alto, esta música ouvida abraçada ao meu irmão (se há gigantes de palco também há gigantes de plateia e não conheço maior) ao som das palavras dele: "Já tamos a voar!" Voei muito nestes dias...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Impossíveis

Não posso. Não devo. Não és tu. Nunca serás. Porque não sabes nem podes deixar de ser tu. E eu não sei compreender quem és. E não conseguiria conjugar conviver contigo e viver comigo. Porque és fogo de artifício, fogo-fátuo, és um fósforo. E esses fogos não aquecem. São só bonitos durante um curto minuto.

 Mas ontem... Quando tocas o Ziggy Stardust  na guitarra e o Easy no piano nos intervalos de levar a cerveja ou um cigarro à boca... E Lisboa inteira se veste de noite aos nossos olhos e pés... E tudo parece fácil, apesar de me dizeres que nunca ninguém disse que ia ser... Quem consegue resistir? Eu não.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

De que material de que são feitos os sonhos?


Os meus são feitos de vários materiais, mas a marca que os representa é esta.


Esta imagem fez-me sonhar muito quando era mais nova. Como o slogan indica, com viagens e aventuras.

Não consigo precisar a quantidade de vezes que entrei numa loja... só para ver... e sonhar!
Não eram tanto as roupas que me fascinavam, eram os acessórios.

Numa altura em que isto não era comum em grandes superfícies (leia-se, não existia a Decathlon), eu delirava com a visão de canivetes e as facas de mato (adoro!), os cantis de água (com feitios e padrões camuflados), as pastilhas para tornar água potável (há 15 anos considerava isto o cúmulo da tecnologia), as rações "tipo" guerra (carnes secas e coisas desidratadas. Uhuhhh...) os espelhos para fazer fogueiras com a luz do sol, os fósforos à prova de água... Tudo isto eu adorava. Perdia-me horas a fio dentro de uma loja a ver estas coisas e a sonhar com selvas e trekkings e montanhas e tendas e praias e ilhas desertas e picos nevados.

Algumas destes lugares já visitei, onde usei alguns destes utensílios, mas para mim este coronel vale pelo que me possibilitou sonhar (e toda a gente sabe que os sonhos não têm preço!), porque se calhar despertou em mim desejos de conhecer mais e mais além, a que tenho tentado atender sempre que posso. No fundo, permitiu-me sonhar com ser feliz antes de o começar a ser.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Abram alas para o...

Ver uma bomba destas...


com outra bomba destas atrás do volante...


e depois... do vidro do banco traseiro da bomba ver uma cortina destas...
é simultaneamente uma contradição e, acima de tudo, um turn-off GIGANTE!

Dassss... Antes um calendário da Pirelli.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Money talks and bullshit walks


Há 1 mês: "Ah e tal... A minha cláusula de rescisão é muito alta..." Já para não falar das afirmações veementes e conjuntas de Pinto da Costa e Villas Boas de que "não sai e não sai e não sai" - e só o facto de serem conjuntas é que me faz pensar que foram sinceras e não um genial isco para os ingleses (Aí sim, VB, serias grande).

Hoje: Afinal foram só 15 milhões.
Ó filho por mim podes ir para o Chelsea, para o Inter, para onde tu quiseres (e milionários pagarem), mas a sério, era preciso as juras a pés juntos há um mês atrás???

Por isso é que Villas Boas não é o Mourinho... Enquanto que aquele ainda diz coisas da boca para fora que provam que a memória curta e a consciência tranquila se confundem na sua cabeça, o Mourinho rege-se pela prudência de quem já conhece o Abramovich há uma carrada de anos e sabe que, para certas pessoas, nada é impossível.

E só para a risota: André Villas-Boas troca "cadeira de sonho" do FC Porto por "cadeira de sonho húmido" do Chelsea.


sexta-feira, 17 de junho de 2011

Pronto! É a última!



É culparem (ou agradecerem) ao shuffle do iPod...

Eu hoje estou uma mãos largas!

Aqui ficam mais 2 sons épicos. Para agarrar num carro (idealmente mota) e arrancar...


Tenho muito muito orgulho nestes Tugas!

E com este grande som...

(E igualmente bom videoclip)

Bom fim de semana.

É


Estou com saudades das borboletas...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Casamentos de Sto. António

Domingo, às 10h da matina, Bruno (um dos noivos), TVI:

"Ora... eu conheci a Rosana numa superfíce comercial da zona da Grande Lisboa e prontos."

Nice, Bruno. Nice.

Manjericos e Tony Carreira


Eu sou popular. Popularucha. No sentido em que gosto de ser Portuguesa no geral e Lisboeta no particular. Gosto de minis, e sardinhas comidas à mão de cima de uma fatia de pão e adoro arroz doce e febras e manjericos, gosto dos balões de Sto. António e ainda gosto mais dos de S. João. Deliro com Junho e não saio de Lisboa apesar do fim de semana prolongado, porque calha "nos Santos".

Posto isto, também andei por Alfama e Bica e Sta. Catarina e outros sítios ainda menos óbvios e cantei o "Pai da criança" e "as tetas da cabritinha" e ainda vi um pouco dos casamentos de Sto. António, mas pronto. Como diz a música "Sto. António já se acabou..." e seguimos com a nossa vida, certo? Errado.

Porque é nisto que Portugal se diferencia de qualquer outro povo. Nós não sabemos parar. Dizem-nos um povo melancólico, mas não conheço outro onde a euforia que sobreponha à realidade (querem melhor exemplo do que o Euro 2004? Nós ganhámos aquele campeonato a atravessar a ponte 25 de Abril).

Vai daí, como é que se pode prolongar a euforia Santos Populares? Com um MEGA PIC-NIC na Av. da Liberdade. E sim, é bom porque promove os produtos e os produtores nacionais e ainda se come à pala (e bem).... 
Mas... 
Tinha de ser no centro da cidade? Não chega a Av. já ter tido constrangimentos durante toda a semana que antecedeu as Marchas? Vocês farão ideia do incómodo (e atrasos recorrentes num país que se debate com níveis assustadoramente baixos de produtividade), para as pessoas que têm de passar pela ou trabalham na Av. da Liberdade? Nem falo por mim, que venho a pé e por mim podiam relvar (sim, o verbo existe) tudo desde o Marquês aos Restauradores, mas aquela malta nos carros a maldizer a vida e o condutor da frente deu-me pena. E acho que mais um sábado de folia não compensa, para estas pessoas, as chatices da semana.

Fica a sugestão, para a próxima por que é que não se vão enfiar num local adequado a pic-nics, que é como quem diz no campo, que é como quem diz no boda, que é como quem diz Monsanto? 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A minha versão do amor

Em Lisboa, faço a minha vida a pé. Quase toda. Às vezes complementando com autocarros e metros. Eu reconheço todos esses argumentos de que o metro é mais rápido, mais fashion, mais Nova Iorque, mas a mim causa-me alguma confusão o "estar debaixo da terra", por isso acabo muitas vezes num autocarro.

Naquela manhã entrei num e dei os bons dias ao condutor (adoro que um bom dia seja algo que eu posso dar assim). Dou bons dias a condutores de autocarros de forma involuntária e normalmente só me apercebo que o fiz quando olham para mim supreendidos e respondem entredentes.
Segui, sentei-me e pensei no muito que tinha para fazer naquele dia e nos dias seguintes àquele. E lembro-me que prometi dar feedback a um amigo do filme Barney's Version (A Minha Versão do Amor) quando o visse, e já o vi e ainda não dei. E mentalmente estruturei os meus pensamentos sobre o filme. Gostei muito. Mesmo. Porque me surpreendeu, sem que eu esperasse. Eu explico. Habituei-me a dividir os filmes que tenham histórias de amor por tema central, em 2 categorias:
ou bem que se trata de um filme lamechas sobre um par de brasas que passam 2h no ecrã (porque ninguém acredita que aquilo possa acontecer na vida real, pois não?) às turras até finalmente abrirem a pestana e perceberem o que não tinham visto nem que tivessem sido atropelados pelo óbvio, que sempre estiveram pré-destinados, que é muito simples e cor-de-rosa ficarem juntos e deixam-nos antever que vão ter filhos lindos sem problemas nem crises existenciais de adolescência, e viver em casas enormes e bem decoradas sem pagar prestações ao banco nem contas de qualquer espécie,
ou
é daqueles filmes em que eu, antes de entrar no cinema, já me preparo psicologica e fisicamente para ser atropelada por um camião e ainda levar um pontapé no estômago depois. Filmes duros em que o amor é utópico e, por isso, nunca resulta e o máximo que podemos esperar é uma vida partilhada com alguém como se partilha uma coisa demasiado pesada para ser carregada sozinho. Com contas e traições e resignações e reveses e tragédias e rotinas e caras tristes reflectidas em espelhos.

Já a versão do amor do Barney não é nem uma coisa nem outra. É a história de um amor utópico e perfeito na vida de pessoas cheias de realidade e imperfeição. É a história de um amor que não devia existir, mas existe. E resiste. A outras relações, ao casamento, à traição, ao divórcio e à morte. Se o amor não começa com o casamento porque raio haveria de acabar com o divórcio?

Olho para o relógio. São 8.11h da manhã e é nestas coisas que penso... Rio-me para mim  e faço a nota mental: "Não sejas tão séria contigo própria." E nisto, entra no autocarro um pretinho que não tinha nem mais de 14 anos nem barba na cara. Com um ramo... Não. Ramo não é a palavra certa e eu quero descrever isto bem... Com um molho de florzinhas de todas as cores e espécies, com caules do tamanho de lápis, provavelmente surripiadas de um qualquer jardim, com as raízes ainda a pingar terra. A fazer as vezes de embrulho um saco de plástico da farmácia.
Entrou com uma cara solene, os olhos sorridentes e com um molho de flores embrulhadas num saco de plástico da farmácia e sentou-se atrás de mim.

E nesse instante, naquela manhã, naquele autocarro, daquele miúdo reaprendi uma lição, que já tinha esquecido. E a versão do amor que envolve molhos de florzinhas de todas as cores e espécies, com caules do tamanho de lápis, com as raízes ainda a pingar terra, embrulhadas em saco de plástico da farmácia tornou-se a minha.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

I love you Matt

Estive a pensar e acho que não me lembro de ter detestado um concerto. Continuo a sentir-me uma privilegiada sempre que bandas pisam o palco por minha causa (e dos milhares de pessoas que me acompanham, ok, mas por minha também!). Um concerto começa antes de começar. Começa nos dias anteriores, em que revejo a matéria dada e a música daquela banda toca incessantemente no meu iPod. E continua no caminho para o local do concerto, que se deve fazer SEMPRE de transportes públicos, para partilhar a euforia com os restantes sortudos que têm uma cara do ídolo em questão na t-shirt e um bilhete no bolso.  E, durante o concerto, salto e danço até as pernas me doerem e canto até a voz enrouquecer e tento adivinhar a música seguinte pelos acordes iniciais e vibro e quero tocar no vocalista. Sim! Quero tocar. E quero que eles, os que estão em cima do palco, olhem para mim e me vejam a cantar as músicas todas, como uma criança quer mostrar aos pais que fez um brilharete. Porque continuo a ser uma miúda e quero continuar a ter (pelo menos este) comportamento de miúda. 

Ontem os The National aqueceram o Campo Pequeno numa noite de Verão. E foi com este espírito que os recebi. Chegaram, cantaram e venceram! Passados quase 3 anos e, desta vez sem disputas à minha atenção, pude entregar-me de corpo e alma a Matt Berninger & companhia, sendo que ele se entregou de alma a mim e a todos os que lá estavam e de corpo e mim e as uns poucos sortudos.

Sem avisar, sorrateiramente, provavelmente ideia da garrafa de Muralhas que jazia vazia em cima do palco, o Matt escapou-se do palco pela lateral para surgir ali a menos de 10 metros de nós. Tudo tão rápido que quase ninguém se apercebeu. E sim, por mais que eu quisesse evitar continuar a ser uma miúda e agir como uma miúda, corri até lá e abracei-o. Não foi um toque tímido, nem uma palmadinha nas costas. Foi escancarar-me no costado do senhor. E, melhor ainda, olho para o outro lado e vejo nada menos do que o meu Bro Di alapado do outro lado. Contra todas as indicações do segurança que o seguia preocupadíssimo, acabou o Terrible Love a passear-se no meio da plateia até onde o microfone permitia. E eu atrás dele. Sem largar.

O concerto acabou com um coro de vozes a cantar em uníssono "I'll explain everything to the geeks...", quase a capella, quase em surdina, embora estivéssemos todos a gritar. E mantenho: o público português é dos melhores do Mundo!

Que bom continuarmos a ser todos uns miúdos. Eu, o Di e o Matt.



segunda-feira, 23 de maio de 2011

Falta-me tempo e dinheiro!

Esta semana quero:

Ver este filme.


E este.


E este.

mais um.

Já sem falar no departamento da música. Com The National amanhã, Two Door Cinema Club na Quinta e Peixe Avião no Sábado. Se calhar é melhor meter férias!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Das colunas para o palco

Ontem fui a um concerto. Mais! Ontem fui a um 1º concerto. Melhor! Ontem fui, pela 1ª vez, a um 1º concerto de alguém. E a nossa noção de escala da evolução e a prudência limitam-nos as expectativas para um 1º concerto. Quer queiramos, quer não. Neste caso ainda bem, porque assim, a surpresa foi ainda maior. A experiência foi ainda melhor.

Não é fácil passar um som das colunas para um palco. Nem para o cantor, nem para o ouvinte. O cantor luta para que a sua música seja acompanhada de uma imagem que, em conjunto, transmitam a "sua" mensagem. O ouvinte debate-se com a imagem que criou da música, enquanto saía das colunas lá de casa e com as semelhanças (ou não) com o que vê em palco.

Ao ver o videoclip, percebe-se que a Luísa tem uma visão peculiar da música e do Mundo (que bom partilharmos a nacionalidade para além do gosto Tim Burtiano) e foi essa mesma visão que conseguiu transmitir em palco. Que conseguiu materializar em palco a acompanhar músicas muito boas. E isso é especial. E isso fez com que este concerto tenha sido especial, não por ter sido o 1º, mas só porque sim.



Ainda houve tempo para interagir (muito) com o público e arriscar uma versão do Toxic da Britney Spears - a única coisinha verdadeiramente boa que a Britney fez na vida e que seria tão melhor se não tivesse a Britney na equação, o que aconteceu aqui.

Agora a minha visão da música da Luísa. Para mim, este concerto fez-se de sombras. Estas músicas viveram das e nas sombras. Nas projecções (geniais!) do conteúdo de caixas no ecrã e nas sombras da Luísa nas paredes do S. Jorge.





Muito, muito bom!

Para saber mais sobre a Luísa Sobral, sobre datas dos próximos espectáculos ou só porque o site está fabuloso: ver aqui.

Das melhores coisinhas que andam pra aí

A Tagus apresenta uma publicidade que é do melhor humor nonsense que vejo em muito tempo. Bondage, Samuel Mira e um transsexual a viver numa casa? Na casa Deste Senhor (para os amigos, como o Samuel, só o "Este") é demasiado bom, demasiado arriscado, demasiado à frente, demasiado bem interpretado. 18 episódios? Venham de lá todos.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Para mim, só se enganou no género do narrador

Li este texto na revista 365. Que bom texto. Que boa escrita. Há muito tempo que não lia algo que me desse tanto prazer. Daquele prazer que não queremos que acabe, daquele prazer que me faz voltar ao início do texto após ler umas linhas só para o prazer demorar mais. Não resisto a replicá-lo aqui, com todos os créditos. É de Miguel Marques e chama-se Cair.

 Um dia destes encontro-te e estás mais velha. Um dia destes cruzo-me contigo na rua, numa esquina, no café, e estás feliz, mais feliz, insuportavelmente feliz, e não consigo evitar desviar o meu olhar do teu. Um dia destes vejo alguém que me pareces tu e afinal és mesmo tu e faço de conta que não te vi e me pareceste outra pessoa. Um dia destes dou de caras contigo e a tua cara é a mesma de há anos, só que sem ter havido eu e sem ter havido anos. Um dia destes esbarro connosco no passeio e mal nos reconheço à primeira, de tão apressados que vamos de encontro aos nossos encontros. Um dia destes dou-te um encontrão sem querer e descubro que um encontrão é apenas um encontro vítima do sufixo aumentativo. Um dia destes distingo um vulto cheio de brancas no cabelo e rugas por trás dos óculos, apesar de conservar o teu anel preto de cabelo e o preto das íris sem aros dos teus olhos. Um dia destes arrependo-me de não ter dito nada nas alturas em que não havia nada a dizer. Um dia destes não dizemos nada um ao outro, uma vez que nada temos em comum a não ser o facto de sermos mudos e graúdos. Um dia destes não nos falamos e continuamos sem nos falarmos apesar de dizermos tudo aquilo que nos vem e nos acode e nos sacode a cabeça. Um dia destes, vai-se a ver e nem tantos, paro de contar os dias desde o dia em que te vi e vemo-nos ambos sem jeito, porque doutro jeito não faz sentido vermo-nos pelos intervalos da chuva. Um dia destes pode ser que chova e vá a correr atrás de ti, que aproveite e peça boleia à tua sobrinha desengonçada. Um dia destes chocamos os dois no trânsito e noto que os teus olhos tomaram forma de semáforo e há um amarelo intermitente que não me enxerga como dantes. Um dia destes ignoro o vermelho e faço-me de despistado só para sentir o impacto de me deixar atropelar por ti. Um dia destes enterro a cabeça nos pés e confundo-me com as pedritas de gravilha que me hão-de auxiliar a atravessar a zebra até ao outro lado da estrada. Um dia destes somos perfeitos desconhecidos sem passado nenhum, dois peões de passagem numa passagem para peões, com os telemóveis encostados ao ouvido e ao embaraço. Um dia destes passo por ti e és uma perfeita desconhecida e eu um imperfeito conhecido, à cata nos bolsos de um buraco onde me esconder. Um dia destes vamos um contra o outro e pedimos desculpas enquanto apanhamos o que caiu ao chão, desapercebidos de que o que caiu não saiu de dentro dos nossos bolsos. Um dia destes gritamos veja se tem cuidado, sua besta, parece que vai com os cornos na lua, e nem nos damos conta de que já gritámos coisas piores e que a lua, afinal, pouco tem a ver com dores de corno. Um dia destes tens tudo aquilo com que sonhaste. Casa, família, filhos, carreira, um homem à séria, uma turma de crianças enfileiradas à tua ordem, e eu continuo um pirralho borrado de medo a fugir do alcance da vista de quem quer divisar de perto. Um dia destes capto-te de longe, por detrás da vergonha, e tento gravar o teu sorriso, a maneira como ris com olhos em vez de boca, registar para memória futura a facilidade com que desapareces, com que somes de cena, com que viras costas ao mundo. Um dia destes ainda me distraio e escrevo que o amor são umas costas voltadas a irem-se embora e a afastarem-se de mim para sempre. Um dia destes, viro-me costas, sumo de cena e desapareço como nos filmes, ciente de que é virado de frente que desapareço contigo para o outro lado da página. Um dia destes ganho a certeza de que sou um transeunte igual aos outros, anódino e anónimo, enquanto te observo a uma distância segura, no fundo inseguro das minhas certezas. Um dia destes miro-te de viés sem to dar a entender e vejo que és mesmo tu sem o seres, e penso que houve um dia em que foste mais tu  do que o és neste momento, apesar de teres sido sempre tu e tu em mim seres uma espécie de eu sem ninguém. Um dia destes passamos resvés um ao outro e não nos tocamos nem permitimos que o facto de não nos tocarmos nos toque sobremaneira. Um dia destes, talvez nunca, digo-te do meu silêncio e do desajuste das palavras. Um dia destes, se calhar, ainda nos vemos de noite, uma noite destas, numa ruazinha escura e demasiado estreita para que possamos desviar-nos a tempo. Um dia destes, é natural, se alguém me vier perguntar, minto como se não fosse nada comigo e respondo que nunca mais te vi.


E se alguém quiser saber, não. Nunca mais o vi.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Amor e uma cabana



A diferença entre bater à porta e bater na porta

Muitas vezes dou conta das vantagens (para mim) de viver num bairro típico de Lisboa. Hoje não é o caso. Hoje de manhã, por volta das 8 da matina acordo com um estrondo. Demorei um bom bocado até perceber o que era. Não. Não era alguém a bater à porta. Era alguém a bater na porta. A diferença? Bater à porta, faz-se com um dedo na campainha. Bater na porta faz-se de mão aberta na porta. Bater à porta faz o carteiro. Bater na porta faz um carroceiro à porta de uma taberna onde suspeita que a mulher está com outro.

E ouço: "Limpa-chaminés!!!!!!!! Precisa?"
Reuni todas as forças para gemer: "Não..."

E viva os bairros típicos de Lisboa. E as profissões típicas de Lisboa.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Vivemos dentro de uma ampulheta


O tempo é uma coisa engraçada. E o que fazemos dele também.

Por vezes, acontece-me escrever algo de forma tão absorta que depois o leio com o mesmo prazer que teria se tivesse sido escrito por outra pessoa. Foi o caso deste post. E por esta altura há um ano atrás (5 de Maio de 2010), combinei com 3 amigos com quem estava no Chile, uma que foi comigo, outra que veio visitar e um que encontrei em Santiago, um jantar para daí a 1 ano. Ontem, portanto. Para ver onde estaríamos, o que estaríamos a fazer, o que queríamos, quem éramos...

Ao contrário do que acontece naquela Patagónia Chilena as coisa não estão paradas.

Adiámos para hoje. Vamos ver... 

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Revival meia maratona 2011


Relembrando a meia-maratona deste ano, veio-me um episódio à memória. Mais ou menos a passar a antiga FIL reparo em dois gaburis de jeans e camisa, com camisolas atiradas para cima dos ombros e com um ar desfeito. Ora, isto da maratona é correr, mas para mim também é uma redoma de análise social maravilhosa. Por isso, curiosa e desconfiada de que vinham directos do Lux, começo a correr atrás deles para ouvir a conversa:

Gabiru1: "Pá, ó Manel isto no Terreiro do Paço fazia muito mais sentido..."

Gabiru2: "Tou de rastos... Bora aos bolos..."

Confere, directos do Lux.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Porque é que eu gosto de ver futebol com a minha avó? - II

Como tinha planeado, ontem fui ver Barça - Real Madrid a casa da Grande Senhora. A destacar:

(Remate ao poste do Di Maria, conclusão de Marcelo):
Avó: Olha o Que Era Meu Vizinho, que não é o Amídio (Aimar) é o outro.
Eu: Pois é, vó.
Avó: No outro dia estava no Sr. Augusto & na D. Isilda (mercearia da esquina) e tocou o telefone. Era a mulher dele e a D. Isilda como estava ocupada pediu a outra senhora para atender o telefone. É que eles encomendam tudo e depois o Sr. Augusto vai entregar. A outra senhora atendeu, mas não percebia nada do que a mulher dizia porque ela é argentina. Mas disse à D. Isilda que ela queria "2 quilos de pão ralado". Eu estranhei. Quem é que compra 2 quilos de pão ralado?! Aquilo compra-se ao pacotinhos... Mas era mesmo! Que estranho. Sabes lá tu a quantidade de cenouras e bananas que eles comem!
Eu: Mas ó vó, não tou a perceber o Di Maria??!!
Avó: Não! Esse já cá não está. O Aimídio!

Momento alto do jogo (e o homem mais aplaudido pela minha avó): o intruso que invadiu o campo no intervalo. Se vissem o que aquele homem foi apoiado: "Vai, corre, vai, atrás de ti!"

Épico!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Descubra as semelhanças


 

Não costumo trazer aqui política nem religião. Hoje trago as duas. De manhã cedo, o Mundo acordou para a notícia da morte de Bin Laden. Assim, sem mais. Ao fim de 10 anos de sede de vingança, de ódio, de medo, de milhões de dólares gastos, de milhares de vidas perdidas, foi encontrado e morto. Assim, sem mais. Sem julgamento, sem prisão, sem voz, sem rendição, sem lei. Não tenho pena. Nenhuma. Era um Diabo vestido de homem e acredito que o Mundo é um lugar melhor sem ele.

Mas não consigo evitar que a minha humanidade se choque. Com tudo. Com aquilo que me parece um  assassinato a sangue-frio, um linchamento em praça privada com a assinatura de Obama e a chancela da casa Branca.  Com imagens (com photoshop ou não, irrelevante) transmitidas nos noticiários de todo o mundo, naquilo que me parece uma violação do ser humano. Com o suposto lançamento do corpo ao mar, com a desculpa esfarrapada ( e, em si, contraditória) de que o Islão prega que o corpo tem de ser enterrado nas 24h seguintes à morte. Com o mediatismo deste assassinato com honras de abertura de telejornal. Com as mensagens de júbilo nas redes sociais. Acima de tudo, antes de tudo... Não consigo evitar encontrar semelhanças nas multidões enfurecidas de alegria reunidas nas Time Squares deste mundo e nas multidões de extremistas islâmicos que antes do 11 de Setembro prometiam o "verdadeiro Holocausto" ao Ocidente. Choca-me que aquilo que nos faz sermos um pouco mais do que matilhas de animais selvagens concorrentes e sanguinários afinal não seja tão evidente quanto eu gostaria. E perco um pouco de fé nos Homens. 

Artigo no jornal

No passado sábado (30 de Abril) saiu um artigo meu sobre o voluntariado que fiz na Patagónia, no jornal i.

Aqui fica o texto:


“Parti em Fevereiro de 2010. Para trás ficou o emprego, família, amigos e (quase) todos os meus bens. Pela frente, a concretização de um sonho já antigo: uma viagem de 6 meses pela América do Sul, com paragens para fazer voluntariado e, assim, conhecer melhor um povo e cultura que sempre me fascinaram.
Na Argentina, fui para uma região que alimentava o meu imaginário desde que me conheço: a Patagónia. Aqui fica localizada a Fundação Cruzada Patagónica, na qual me inscrevi como voluntária. A sua missão é promover a integração da comunidade mapuche (que significa “gente da terra” e descreve os índios da região), através do combate ao abandono escolar precoce, cuja taxa é elevadíssima.
A Fundação criou o Centro de Educación Integral San Ignacio que alberga e educa crianças que, de outra forma, não continuariam a estudar. A particularidade deste Centro é que conjuga o ensino escolar com o ensino de técnicas modernas, que lhes permitam viver da terra, como os seus antepassados (desde técnicas de cultivo e criação de animais, a fazer doces e queijo, passando pela construção de estufas).
Passei aqui passei uma temporada rodeada de jovens que, para além das aulas ainda faziam tarefas de rotina no centro, como apanhar ovos, ordenhar animais, limpar estábulos, apanhar ervas daninhas, plantar, regar, sachar, o que fosse preciso. Nos intervalos, iam pescar para o rio que passa nas traseiras da escola. Tudo, sempre ao som de uma gargalhada.
Dei explicações de inglês, fiz workshops de fotografia, ajudei a construir estufas, tratei de animais e de hortas. Mas, acima de tudo, conversei com eles. Ensinei muito pouco sobre Portugal e sobre o mundo fora dali. Em compensação, aprendi sobre a cultura deles: rituais, crenças, mitos, até algumas palavras no dialecto.
Uma das melhores experiências foi ter sido convidada por seis irmãos que vivem na escola para visitar a casa da sua avó (uma verdadeira mapuche). Era uma casa no meio do campo, a cerca de 2h30m a cavalo de um cruzamento numa estrada de terra batida, por onde passa uma camioneta apenas uma vez por dia. A luz era fornecida por um gerador e a casa-de-banho (que não tinha banheira) era a 100 metros da casa.
Passei ainda uma temporada em Cholila. Um local tão remoto no interior da Patagónia, que foi o escolhido pela famosa dupla de ladrões Butch Cassidy e Sundance Kid no início do séc. XX para se esconder depois de vários assaltos a bancos e comboios. Fiz parte do primeiro grupo de voluntários que esta escola já acolheu, o que despertou naquelas crianças uma curiosidade imensa – fomos as primeiras pessoas que conheceram de outro país, as primeiras a falar outra língua.
Apaixonei-me irremediavelmente pela Patagónia. Deixei a Patagónia uma pessoa diferente. Por todos os que conheci, por tudo o que aprendi, por tudo o que vivi. Ainda hoje sinto o impacto da experiência… Não voltei para o mesmo emprego. Hoje trabalho na área da responsabilidade social e nem penso em voltar atrás."

To watch list

Este será, provavelmente, o "feel good movie" da temporada. E merece sê-lo. Imperdível! Imperdível! A prova de que o Lixo também pode ser Extraordinário.



Este Mother and Child lida com questões cada vez mais na agenda, como adopção (foi isso que o destacou para mim). Não o quero perder.



Este filme é daqueles alternativos, italiano. Fascinou-me (antes de saber qualquer outra coisa sobre o filme), o título. Depois fiquei curiosa com a história.



E estes são os meus planos para esta semana!

Last night I watched Last Night

Ontem fui ver este filme e recomendo. Adoro filmes sobre relações e este dá uma excelente visão sobre um casamento. Mais, dá uma excelente visão sobre as diferenças entre homens e mulheres na traição. No conceito e nas acções que consubstanciam uma traição. Dei por mim a desculpá-la, mentalmente, enquanto o condenava. Tenho a certeza que todos os homens que conheço pensariam exactamente o oposto...

Para além de um bom argumento, boa fotografia e interpretação, conta ainda com actores lindos de um lado e do outro (cuja escolha para cada papel também contribui em muito para o resultado final): Para os senhores, Eva Mendes. Para a maioria das mulheres, Sam Worthington. Para mim, Guillaume Canet...

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Porque é que eu gosto de ver futebol com a minha avó?


Ontem foi dia de Real Madrid - Barcelona, para a Liga dos Campeões. Quando cheguei a casa da minha avó,  a casa tinha sons típicos de estádio tal a altura da TV. No marcador 0-0. E ela feliz "Tá a jogar o Real Madrid e o Barcelona!" "Pois é, avó..."

Eu vou dar umas dicas para facilitar a leitura do que aí vem, senão ainda acham que ensandeci. Ora bem, antes de mais é preciso ver que a minha avó vê futebol imbuída do mesmo espírito com que vê a telenovela ou um filme do Van Damme ou do Steven Seagal (os seus actores preferidos). Ou seja, o importante, acima de tudo, é o jogador que tem a bola nos pés conseguir fugir dos outros "maus" que vêm atrás dele, nem que para isso, tenha de agarrar na bola, metê-la debaixo do braço e sprintar pela bancada acima (se eu visse uma besta como o Emmanuel Adebayor a correr na minha direcção com ar de quem ficou sem travões, provavelmente daria razão e compreensão à minha avó). É assim uma espécie de apanhada, em que a bola é uma distracção. Por outro lado, homens feitos, agarrados às canelas, a rebolar-se no chão são "mariquinhas". É-lhe um bocado indiferente quem ganha, quer é golos. Agora, vamos aos nomes. Porque a minha avó conhece-os a todos, sabe as caras e os clubes que os disputam, mas tem uma convocatória só dela. E nem sempre fácil de interpretar. Então é assim:

O "Celso": é o Messi (também por vezes referido como o "melhor", na frase "o Cristiano é bom, o Celso é melhor").
O "Casinhas", "Bastinhas" ou "Castilhas" ou "lá o que é": qualquer um destes nomes refere-se ao Casillas.
O "Meu Vizinho, Que Agora Já Não É, só o Aimãe (Aimar) e o Cardozo", ou simplesmente "O Que Era Meu Vizinho": Di Maria.
O "Nosso": Cristiano Ronaldo.
O "Mau" ou "Aquele Bruto": Emmanuel Adebayor (não me perguntem porquê, porque não faço ideia mas neste caso não dá para dizer só o apelido... Para mim, é como o João Pinto).

Ok, agora já posso descrever uma conversa:

Avó: "Isto hoje não está a correr muito bem ao Nosso. O Celso ainda vai marcar..."
Eu: "Pois... Se calhar..."

Avó (na sequência de imagens que mostravam o Mourinho, já expulso, a gatafunhar a táctica a que se viu obrigado na sequência da expulsão do Pepe): "Já não falas? Escreve... escreve... Tá pior que estragado, olha para aquilo".
Eu: ...humm...

Avó: Este Celso é mesmo parecido com um rapaz aqui da rua... 
Eu: Pois...
Avó: É que tem o mesmo nariz de picanço e olhos pequeninos!
Eu: [...]

Avó (ao 1º golo): Eu não disse que o Celso hoje estava danado?!! 
Eu: [tinha ido buscar água, ou assim.]

Avó: "Nunca mais vi aquele rapaz... É que é mesmo parecido..."
Eu: [...]

Avó (para o Di Maria): "Tás armado em mariquinhas?"

Avó : "Olha! Olha! Vai! Foge! Atrás de ti! Golo!
Eu: [sem palavras, a acompanhar o 2º golo do Messi]
Avó: Tu viste? Por isso é que ele é Melhor que o Nosso!

Avó (ao ver a chapadão que o Adebayor pregou no Busquets): "Pimba! Aquele bruto acertou logo em 2."
Eu: Ó vó, aquilo é a repetição...

Avó (a tentar saber quantos minutos de compensação): "24 minutos??!!!!!"
Eu: Ó vó aquilo é uma substituição... 

No fim do jogo.

Avó: Pronto! Vens cá na terça-feira para a 2ª "volta"? 
Eu: Claro!

Tenho a certeza de que todo o diálogo teria sido exactamente igual se eu não estivesse lá. Mas terça-feira, lá estarei!

terça-feira, 29 de março de 2011

As coisas que me passam pela cabeça

Ao passar pelo largo Camões no sábado à noite, veio-me à cabeça uma dúvida antiga:

Se os polícias têm como objectivo (hipoteticamente, vá) perseguir ladrões, porque é que não usam ténis?

quinta-feira, 24 de março de 2011

Tic-tac... Tic-tac....


Nota: Eu não discrimino. Por norma.... Mas, quem não reconhecer imediatamente esta capa de cd, ou pior... tiver de ir googlar "Nirvana"... Fica banido... Vá, fica quase banido deste blog, mas vão-se educar!!!

terça-feira, 22 de março de 2011

Vá, agora a sério!

Mas quem é que inventa os nomes para as ofensivas militares no Médio Oriente? A sério. Tempestade no Deserto... Odisseia ao Amanhecer...

Isto ou é poeta, ou militar gay não-assumido...

quarta-feira, 2 de março de 2011

Who wants to live forever

Hoje, em trabalho, fui à ante-estreia dum espectáculo de dança à Associação Cultural Menina dos Meus Olhos (quem não conhece, descubra!). Chama-se Peça Portátil e estará no CCB lá para Maio.

No folheto que me entregam à entrada lê-se : Duas idades. A do corpo e a da mente. A tua e a minha. Dois tempos: o Hoje (que já é quase Ontem) e o Amanhã (que não sabemos se chegará a ser Hoje). E uma fragilidade que não tem idade: a de precisarmos uns dos outros para podermos ser nós.
Esta é uma peça inspirada no envelhecimento como parte do ciclo da vida, que nunca cessa. Inspirada também na população idosa e no que esta, hoje em dia, tem de mais forte: a sua incontornável e dominante presença.
Porque todos querem viver para sempre, mas ninguém quer ser chamado de velho.

Comecei a ver o corropio dos assentos, notando uma "incontornável e dominante presença de população idosa". Alheei-me do espectáculo... Não completamente. Só o suficiente para observar a assistência... Os velhos. Sinceramente, não vislumbro porque "idosos" pode ser melhor do que velhos. Não é o que são? Na minha boca e na minha mente não tem um sentido depreciativo. Porque hei-de trocar a palavra por "idosos"? Quanto muito por "sábios"...

E, olhando à volta, entrei no seu mundo. À minha esquerda uma velhinha-miúda, daquelas franzinas, com os olhos muito vivos e brilhantes que, de 5 em 5 min, ausentava-se da sala acometida por ataques de tosse. Outra... Demasiado arranjada. Metade de mim a arrastar um casaco de peles e com uma bandolete de pérolas a enfeitar o cabelo ralo. Não consegue ver nada da peça. "Que desperdício", pensa "Arranjei-me eu para isto", sabendo que ainda assim é melhor do que a alternativa.  Levanta-se e vai-se sentar na ponta oposta, sem visibilidade nenhuma, de costas para o palco aliás. Senta-se num sofá vintaje de veludo cor de vinho e analisa o conteúdo da carteira. Conta notas. Depois moedas. Depois as notas de novo. E ainda as moedas. Miudezas.

À minha frente dispara um telemóvel. A dona, num misto de vergonha e atrapalhação, murmura irritada mais para si do que para quem a pudesse ouvir: "Esqueci-me de desligar isto!" Finalmente os dedos trôpegos impõem-se às teclas pequenas do telemóvel e... silêncio. A senhora a rezar pelo buraco que não surge. Passado um bocado, outro telemóvel. A senhora envergonhada a rezar pelo buraco que não surgiu, dá lugar à senhora ufana de satisfação por não ser a única. Mesquinhice.

Li, há muitos anos, num livro chamado Lágrimas sobre a Babilónia algo sobre a incapacidade dos EUA de resolver o conflito do Médio Oriente. Era mais ou menos assim: "Nunca os EUA, país com cerca de 200 anos e sem história, vão compreender uma cultura na qual duas famílias estejam zangada há 15.000 anos porque uma roubou à outra uma cabra". E penso que, se calhar, devíamos mandar velhos para o Médio Oriente resolver o conflito. Miudezas e mesquinhice. Eles iam entender.

Olho em frente para um mar de cabeças de prata, de costas para mim. Encostados à parede, bengalas, andarilhos, muletas. Será que quando somos velhos, por uma questão de equilíbrio das coisas, à custa de perder a capacidade motora, ganhamos outra, por exemplo intelectual? Como acontece aos cegos que ouvem melhor...

Silêncio. E tento concentrar-me na peça outra vez. 2 mulheres cobertas com um pano castanho, gritam: "Eu não sou um sofá!" em vários tons e entoações.

Cof cof... Um senhor três filas à minha frente tosse. De repente, outro. Depois, outra. e arrasta-se uma sinfonia de tosses. De repente, atinge-me: "Parecem crianças a chamar a atenção!"

É isso. Crianças. Saímos deste mundo como entramos, mas mais sábios. Crianças sábias. E eu, olhando para aquele mar de cabeças de prata e sabendo o quanto adoro a minha avó e a importância que ela tem na minha vida e em mim, não posso deixar de lamentar profundamente que nem toda a gente saia deste mundo tão amada e tão querida como provavelmente entrou.

Há dias...



Hoje foi daqueles dias em que me vesti a dançar ao som desta música (ou de outra do género), com a escova do cabelo a fazer de microfone em frente ao espelho.

E soube bem!

Mais tarde, saí de casa para ir ter com uma amiga que me ia apanhar à esquina. Ainda na minha rua distraída a ouvir iPod (esta música ou outra do género) devia ir a sorrir (por dentro ia de certeza).

De repente, vejo um carro que pára "em plena faixa de rodagem" (como diria o Código da Estrada) e um homem a dizer-me qualquer coisa. Conheço-o?, Não, acho que não. Convencida que era um pedido de indicações, tiro um phone e o homem (bem giro) a falar. Apanho um enfático "...uita gira, com pinta..." [Começam a buzinar atrás] "Olha, de parar o trânsito!" Não contive a gargalhava (nem queria). E de volta à carga: "A sério, não te vás embora!" [E ou os outros pobres a buzinar] "Sou o João, como é que te chamas?"

Adoro a Primavera!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Alma gémea

Noutras andanças da blogosfera, afirmei que tinha descoberto que tinha várias almas gémeas. Algumas conheço há muito tempo, outros permanecem mais ou menos desconhecidos, mas nunca estranhos. Há uma que é a excepção. Não o conheço há muito, não é desconhecido nem estranho. Embora a geografia agora nos separe há muito (demasiado!) tempo. Entre a minha viagem e a dele não nos vamos ver um total de 18 meses. Neste caso, um pequeníssimo detalhe. Nada mais.

Há sempre um espaço para ti na minha lembrança. E por lembrança quero dizer aquele sprint mental que o cérebro por vezes faz sem autorização. Aquele "onde andará o...", "o que estará a fazer a..." ou " o que será feito do..." que vem do nada e leva a nada, que vem sem pedido e nos deixa sem resposta. A lembrança! Conceito completamente diferente da memória, da obrigação, do dever ou da intenção. A lembrança!

Foi de mansinho, devagar-devagarinho, sem eu me aperceber para não me assustar, que vieste para perto, como vejo os leões fazerem às gazelas nos programas do National Geographic. E, confesso, não houve dúvidas, reservas (mentais ou linguísticas), hesitações, faux pas... Quando te vi pela primeira vez, já te conhecia. Pior! Já tinha deixado que me conhecesses. Sem volta a dar, sem remédio, sem marcha-atrás que entrasse. E, estranhamente para mim, ainda assim continuaram a não existir as dúvidas, reservas, hesitações ou faux pas. Só um conforto imenso, pela noção de que, contigo, não têm de existir.

Porque tu fazes o que eu faço. Compreendes o que eu faço e porque o faço. Não questionas o desvio à normalidade, na minha presença ou em voz baixa, para ti. Na tua ausência, reli-nos uma, outra e outra vez. Só para mim, sem comentários. E acompanho-te virtualmente para te poder localizar geograficamente. Para te ver na minha cabeça. E para te ver a alma. E medir a sua expansão. E digo-te "guarda bem cheiros, memórias triviais e montras de lojas" porque não te vou poder ajudar a relembrar lugares nos próximos tempos, como tens feito por mim. E espero que me ouças. Sei que me ouves. É a tua "lembrança" de mim a sprintar. Sabias? Aposto que ainda não tinhas verbalizado isto. Pois é...

E por isso, minha querida "alma gémea das viagens" (como tu tão bem puseste, mas não conceptualizaste de igual modo - é que não são só viagens físicas, são também mentais), vai! Anda! Vai lá ao teu sonho e agarra-te a ele com ganas de quem suga o tutano à vida. Vai para o ponto mais a sul possível para longe de mim só para voltares mais! Cheio, inteiro, uno... MAIS!

Vai! A sério! God speed.
Podes ir que eu fico. E... no fundo, tu também... na lembrança.

Fui ver o discurso do rei

e só não cortei os pulsos porque não há objectos pontiagudos nas salas de cinema.

Colin Firth irrepreensível, concedo. Até Geoffrey Rush... Agora... 12 nomeações???!!! Come on!!!

Mas temos de vos explicar tudo?

Diálogo entre Jonnhy Depp e Angelina Jolie no Turista:
  
Elise: Invite me to dinner, Frank? 
Frank Taylor: What? 
Elise: [gives him a look] 
Frank Taylor: Would you like to have dinner? 
Elise: Women don't like questions. 
Frank Taylor: Join me for dinner. 
Elise: Too demanding. 
Frank Taylor: Join me for dinner? 
Elise: Another question. 
Frank Taylor: [thinks for a moment] I'm having dinner, if you'd care to join me. 
Elise: [smiles at him] 


E isto, entre outras coisas, pôs-me a pensar... Os homens andaram demasiado tempo durante os "vintes" iniciais a  deslumbrar-se com a fauna do Docks e estabelecimentos que tais. A, noutras palavras, "ir às Cláudias" (que identifica um género e não uma ou várias pessoas) e agora, mais perto dos "trintas", observo e só vejo uma de duas coisas: 


ou homens que se comportam como verdadeiros neandertais, que já não sabem a diferença entre umas mulheres e outras e, portanto, faltam ao respeito a todas; ou


homens que reconhecem a diferença e, portanto, se comportam como elefantes em lojas de porcelana e nunca sabem dizer a coisa certa (ou até a menos errada, vá). 


E isto faz-me perder a esperança de um dia algum homem vir a conhecer-me com a mesma distracção e método com que desfio um croissant antes de o comer - uma das minhas muitas manias, que não são defeito, são feitio!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Alguém aqui está baralhado

Acabei de ser convidada para jantar por um desconhecido claramente gay. Nem sei como interpretar...

Seriously?

The Streets vão acabar...
White Stripes vão acabar...
LCD Soundsystem vão acabar...

Os Gorilaz não.

O saldo continua negativo! Mais alguém?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Tou de rastos...

Spoiler - Quem ainda não viu este filme e não quer saber nada não veja este video.


Acabei de ver o Black Swan e... Que obra prima! Mais do que dividir os filmes em "Gostei" e "Não gostei", divido-os em "Mexeu comigo" ou "Não me disse nada" e este filme abalou-me, perturbou-me de uma maneira que só o posso classificar como Obra Prima. Se gostei... Na verdade, não. Normalmente gostamos de experiências agradáveis, que nos fazem sentir bem e ninguém no seu perfeito juízo pode dizer que é agradável. Agora, coisa diferente é se me afectou. E isso sim. Não é um filme fácil, mesmo na categoria dos filmes difíceis. A Natalie Portman é simultaneamente boa actriz e boa bailarina, o que faz dela uma óptima actriz. Tem todos os ingredientes que fazem, para mim, uma obra prima: uma boa performance, um dark side, algo que nos faz, enquanto espectadores, ultrapassar os limites da razão para atingir a compreensão plena, uma banda sonora do caraças e uma cena memorável, que ficará para a história do cinema. Sem dúvida! Que cena! Que papel! Que filme!

Feliz dia dos namorados

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Medida da passagem do tempo

Hoje apercebi-me que se fosse jogador de futebol, já só era vendida por cerca de 1,5/2 milhões... E provavelmente para o olhanense acabar a carreira na Miami cá do sítio!!!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Está na hora...

de voltar! Não fisicamente que já tinha chegado, mas com a mente a acompanhar o corpo. Dia 3 fiz 29 anos, dia 4 o Atrás da Lua fez 4 anos e dia 8 fez 1 ano que parti.
Pronto... Finalmente estou pronta para voltar, por enquanto, pelo menos.

Olho para trás, para o passado mais recente e vejo o que mudou. Estava a trabalhar como advogada de financeiro num grande escritório. Já não estou. Esse tempo acabou. Não soube logo o que queria fazer. Mas sabia o que não queria. Desperdiçar a vida, o que, no meu caso, seria ter ficado no escritório . Tive simultaneamente a humildade e ambição de perceber que o meu sonho era concretizável, estava à distância do desejo e da determinação. E pus as mãos à obra, os pés ao caminho. 

Agora trabalho em responsabilidade social, na instituição que sempre quis. E sou um pouco mais feliz.

Num plano pessoal, estou mais consciente de mim. Tenho tudo mais claro à minha volta. Sei o que é importante e quem é importante na minha vida. Agora jogo ténis com o meu pai, e abraço-o de quando em vez, porque tenho medo de um dia querer fazê-lo e não poder. Não o quero desperdiçar. Tento "estar" no lugar onde estou a cada momento e só estou onde quero. Já não sou tão "durona", mas continuo a não gostar de falar de mim. Por isso mesmo, este blog continua a ter uma razão de ser. 

Escrevi um livro, talvez o publique. Montei um projecto de fotografia, que corre bem, para acalmar a paixão.

Mantenho contacto com amigos novos e mantenho na mente aqueles que vivem em locais tão remotos, que são impossíveis de contactar.

Interessei-me por astrofísica e ando a descobri-la. 

Sinto mais o chão debaixo de mim, ocupo mais espaço no mundo. E o espaço que ocupo é de maior qualidade. Deixei de ter medo de nunca estar bem em lado nenhum, de querer sempre mais e mais e mais... Deixei de ter medo de nunca estar satisfeita. Dividi a insatisfação em bocadinho e atendo um de cada vez. Agora é Portugal, trabalho, o blog etc. As viagens voltarão e na altura atenderei ao chamado.