So Weit Wie Noch Nie - Erlend Øye
Hoje vim aqui pagar uma promessa. Tinha ficado de aqui descrever uma noite, mas afinal vou falar de um dia. Vou falar de muito mais do que isso. Vou falar de uma pessoa.
Desde muito nova habituei-me a contar comigo. Criei muros. Estabeleci fronteiras. "Não me perguntem no que estou a pensar." Vivo bem com isso. Estou rodeada de pessoas, mas estamos separados.
Há uns meses disseste-me a meio de uma noite a meio do Lux: "As pessoas têm de falar. Amanhã combinamos e vamos falar". Fugi dessa conversa como o diabo da cruz. O meu telemóvel anunciou uma mensagem e escreveste: "Deves-me uma conversa." Ainda assim não acedi. E tu voltaste a insistir. E eu a fugir. Não que pense que não tenho nada a ganhar contigo. Muito pelo contrário. Considero-te das pessoas mais completas que conheço. Se não te dizem o suficiente, fazem mal: és tudo menos comum!
Temos feito muita coisas juntas e, aos poucos, sinto os sentinelas que guardam a minha alma a baixarem a armas. Digo-te já que não queria, mas provavelmente precisava... Deixei-te há bocado após quase 24 horas nas quais fizémos muito: jantar (espero que tenhas gostado, esmerei-me!), cinema, rever o trainspotting, dormir, ir ver um pôr do sol épico, deixar-nos deslumbrar por uma lua, da qual a minha câmara captou uma pálida imagem (resta-nos a que tirámos com a memória). E falámos. Eu falei. Contra todas as expectativas e contra cada célula do meu corpo, falei. Guardei uma frase do filme de ontem e cito-a para ti: Obrigada por me ouvires. E por me dizeres coisas.
Continuo a ter as minhas paredes, mas conseguistes derrubar alguns tijolos. Se eu não contrariar (e não quero contrariar) qualquer dia estás deste lado, comigo. E vais ver, compreender, talvez até gostar do meu mundo maravilhoso.
1 comentário:
fogo..granda pessoa!de certeza que desce pistas pretas sem medos!!
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