domingo, 4 de fevereiro de 2007

Rectas paralelas

Ele sempre existiu. Ela não sabe quando o escolheu. Ela sempre o conheceu. Sempre o Viu. A única pessoa que lhe pôs o coração na boca. O único que a apanha nas mentiras. O primeiro que lhe tirou o sono e os pés do chão. Durante anos co-existiram como dois comboios que partilham os mesmos destinos em direcções opostas e que se cruzam algures ao longo do caminho sem nunca se tocar... Não é inteiramente verdade. Já se tocaram da forma mais pessoal possível. Já chocaram à velocidade do pensamento. Mas não o suficiente para trocar as linhas e caminharem no mesmo sentido. Ela sabe que hoje é por aquilo que foram. Entregou-se da maneira mais pura, una e verdadeira áqueles ombros. Os únicos onde a sua cabeça encaixa. E depois o dia em que soube que nunca mais... Sem aviso prévio o tempo suspendeu-se e o mundo girou em câmera lenta perante a nostalgia do que nunca foram... E ela que é sempre puro rochedo, naquele momento fui feita de areia. Mas não passou de ilusão, o mundo continua a girar à velocidade normal, tudo é como deve ser... A grande diferença entre eles é que ela sabe que até pode ser inesquecível, mas que ninguém é insubstituível. E, por isso, vai continuar a fazer o que faz melhor: sorrir.

1 comentário:

Jordan disse...

Continua a sorrir sim, mas só se tiveres vontade... Há momentos em que um sorriso "obrigado" mói mais do que uma lágrima teimosa.

Há alturas em que temos, e devemos, chorar, soltar o que nos vai na alma, desabafar!!

Estamos cá para ti!! Para os bons e para esses momentos. Sempre :)

Bju!