sexta-feira, 10 de julho de 2009

Quando o não é sim




Nós mulheres somos seres complexos, profundos, insondáveis, intrincados. Dizem que nos separa dos homens a distância que Vénus de Marte. Pessoa não nos compreendia, nem Oscar Wilde ou Shakespeare. E tentaram. Já Simone de Beauvoir atira com uma verdade absoluta como "Não se nasce mulher, torna-se" como quem pede um quilo de maçãs na mercearia. Porque ela é.
Entretanto, os homens perceberam que já não tinham de cortejar ou namorar raparigas com as tias delas a fazer de pau-de-cabeleira, nem trocar sinais escondidos por leques ou lenços. Não. Bastava pagar um copo ao Sábado à noite no Docks às Cátias de Rio de Mouro que elas abriam as pernas. Então, qual Pavlov a olhar para um cão salivante, acharam que tinham percebido as mulheres. Atenção aqui ao plural! As mulheres... Todas, portanto. E, ao 6º dia à noite, descansaram...
Nós por outro lado, pusémos os homens de lado, subvalorizando-os. Considerámo-los dispensáveis ou, no mínimo, substituíveis. Demo-los... por assim dizer... de bandeja às Cátias de Rio de Mouro, com todo o respeito que as Cátias de Rio de Mouro me merecem. Que existe na exacta proporção em que ela se respeitam quando aceitam copos ao Sábado à noite no Docks.
Voltanto aos homens, faço aqui o meu mea culpa. Tenho a minha (larga) quota-parte de responsabilidades. Sei que algumas amigas concordam. Aquelas que sabem que estão melhor (mais leves) sem eles. Não pode ser!
Não quero que deixem de dar voltas à cabeça para pensar em como nos surpreender.
Nós evoluímos, acompanhem-nos. Vocês também, vamos acompanhar. Nós tentamos. A sério! (Mas também não nos importamos mais com o que acontece ao Falcão, ou ao Lucho, ao Jesus ou ao "Zé Eduardo" Bettencourt do que com qualquer personagem do Grey's Anatomy...). Bem, nós simplificámo-nos. Agora, vocês compliquem-se.
Não digo para nos aparecerem montados em cavalos ao pôr-do-sol, para nos resgatar das nossas vidas de sucesso e casas confortáveis (as únicas bruxas más dos tempos modernos são sandálias com saltos 12 cm que, também por vocês, nos matamos a domar), mas passem no supermercado, comprem vinho e queijo e mandem-nos uma mensagem: "Picnic em frente ao rio daqui a 10 min?"
É assim tão difícil perceberem que não queremos que nos percebam?

1 comentário:

Espiral disse...

Só digo genial. É mesmo isso. Se não te importas copiei e pus no meu blog. Digo que é do teu claro.

Tá tudo dito =)