terça-feira, 11 de setembro de 2007

Fiquem lá com a vossa bola redonda e mente obtusa! Nós preferimos o inverso...

Desde o jogo contra a Escócia têm-se vindo a sentir as réplicas da força da natureza que é aquela equipa. Quase todos os blogs que frequento, notícias que leio, pessoas com que falo fazem referência aos Lobos e nunca um resultado desportivo foi tão relegado para 2º plano como neste Campeonato do Mundo.
É merecido! Sei-o porque conheço muitos dos jogadores há muito tempo e sei a dedicação, o esforço, o sacrifício que todos investem nesta modalidade que para muitos é também uma forma de estar na vida.
Isto implica conciliar treinos intensos várias vezes por semana (por vezes por dia) com trabalhos, famílias, estudos, namoradas, amigos, noitadas, cinemas...
Implica correr por amor à camisola e não por amor ao salário! Quem não se emocionou ao ver aquele hino entoado, gritado, suado? Qual haka!!
Um desporto cujos meandros tenho o previlégio de conhecer, onde não existem apitos dourados, nem Pintos da Costa, onde as lesões implicam ir para o escritório ou fazer partos a vacas de muletas ou de olhos esmurrados, onde as querelas com os árbitros e com jogadores de outras equipas se resolvem. Por vezes na base do diálogo, outras na base da violência é certo, mas não há dúvidas: resolvem-se!
Hoje ouvi na Antena3 uns comentários em tom de gozo sobre "a abada que vão levar dos "Old Blacks" - é All Blacks senhores! Jornalismo de informação passa por informarem-se 1º! - mais demontrações de incompreensão pelo Vasco Uva ter sido considerado o MVP do jogo em comparação com os profissionais da Escócia - 'tão a ver quando acordam às 5h para fazer o programa da manhã? Agora imaginem que fazem isso por gosto e sem serem pagos! E fazê-lo com tanta garra que se destacam... Não tão a ver, pois não? - e ainda que "todos os jodagores da Selecção são parentes do Durão Barroso" - como se isso tivesse alguma vez trazido mais fundos a uma modalidade onde jogadores e técnicos pagam demasiadas coisas dos seus próprios bolsos.
Perdoai-os que não sabem do que falam...
Eu acredito em vocês, acredito no ensaio contra os All Blacks, acredito em perder por menos de 100 (concedo, no máximo 117) pontos, acredito que vão dar o vosso melhor... e seria muito estúpida se esse melhor não me bastasse.
Com um dos melhores treinadores possíveis, esta equipa tem tudo para ganhar. No campo e na vida!
Tomás, lead them to heaven.

11 comentários:

Anónimo disse...

Como a maioria dos portugueses o futebol é o meu desporto. Já chorei e exuberei com o futebol. Nem sequer gosto de rugby, mas devo dizer que independentemente disso me emocionei ao ver a nossa selecção a entoar o hino nacional com tanto amor à camisola. Tudo o que se passou depois ficou para segundo plano. E infelizmente isto já não existe no futebol. Fez-me lembrar as histórias do meu pai sobre como era o futebol antigamente, no tempo dos 5 violinos ou do Eusébio... e depois penso no Deco e no Pepe (este último, ainda por cima, jogador medíocre) é um português de meia tigela. Por favor Scolari, já chega!!!

White Chocolate disse...

Nice! Made me smile.

thks

Atrás da Lua disse...

é sp um prazer Choc :) sábado já sabes, toca a torcer que os míudos merecem...

Atrás da Lua disse...

Caro anónimo, benvindo e obg pelo comment. Também eu sou aficcionada de futebol mas às vezes faz bem olhar para outras coisas, outros desportos, mais "puros". É o caso do rugby, é o caso do basket onde também a nossa selecção tem mostrado quem manda. Venha de lá essa Grécia, Nova Zelândia. quantos são????

João Tomaz disse...

A conversa do amadorismo não passa de propaganda. Existem pelo menos 4 jogadores profissionais na equipa, dois dos quais argentinos naturalizados portugueses, e os restantes, se não a totalidade, são semi-profissionais.
Estes sacríficios que evocas não são diferentes dos sacrifícios dos atletas das restantes modalidades à excepção do futebol durante toda a carreira ou, em poucas delas, até ao escalão sénior.
O raguebi é, em Portugal, um desporto elitista. O amadorismo só é possível porque falamos de pessoas que têm condições para fazê-lo.
Fosse a modalidade menos elitista e a capacidade de gerar melhores jogadores aumentaria, o jogo tornar-se-ia mais poupular com maiores assistências e dinheiro da televisão.
Não será por acaso que há mais jogadores de raguebi num liceu como o Maria Amália do que jogadores de futebol. Estou certo que na secundária nº2 de queluz não há jogadores de raguebi.

Atrás da Lua disse...

Pelicano,
Infelizmente qualquer pessoa que prefira (ou tenha talento) para jogar qualquer outra modalidade que não o futebol, tem efectivamente um longo caminho pela frente! Claro que isto não acontece só no rugby, vê-se no andebol, no ténis, no basket, etc (já não falando em modalidades menos conhecidas ou com menos expressão). Não duvido que assim seja, apesar de não ter contacto com todas estas modalidades.
Quanto o semi-profissionalismo, só posso falar do que conheço e de cabeça sei que, pelo menos o Luís Pissarra, o Vasco Uva, o Miguel Portela são respectivamente veterinário e advogados a tempo inteiro. E abdicam de muito do seu tempo livre em prol de uma causa que consideram nobre. Eu, no auge do meu egoísmo no que ao tempo fora do escritório diz respeito, não posso não admirar esta atitude.
É um desporto elitista sim senhor, já que infelizmente poucos têm a capacidade financeira de financiar do próprio bolso muitas das deslocações, equipamentos, alimentação das equipas (atenção: não estou a falar ao nível da selecção, pois desconheço o valor das verbas da FPR para estas ou outras despesas). Acrescido do facto de, ao contrário do andebol ou do basket e à semelhança do golf (outro desporto dito elitista) não serem leccionados nas escolas. Talvez seja essa a questão a montante do elitismo e não este um problema em si. O ténis, por exemplo, já foi um desporto bem mais elitista.
Também duvido que fosse encontrar jogadores de rugby ou golf na secundária de Queluz e, não sendo aos meus olhos desportos menos meritórios que quaisquer outros, isso só me entristece.
Isto não tem absolutamente nada a ver com luta de classes ou com o desporto que praticamos ou de que gostamos mais. Tem a ver com modalidades no geral às quais são dedicadas, quanto muito 5 min em programas desportivos e outras tantas linhas em periódicos do género por semana! Eu não me orgulho menos de os ver no Campeonato do Mundo do que me orgulhei da Selecção de futebol no Euro 2004 / Mundial 2006. E tal como tu muito provavelmente, muito gostaria de um dia ver putos a serem entrevistados na rua a dizerem que um dia gostariam de ser como o Ricardinho!

Unknown disse...

Passei por aqui para um breve pausa no trabalho e com este post, não podia deixar de comentar.

As tuas palavras transmitem uma parte do q senti com o jogo, com a diferença q eu me revi no q tu descreves, durante os anos em q joguei. Não ao nível de selecção q acumula além dos treinos dos clubes, os treinos da selecção. Mas são palavras q têm bastante significado para mim.

Esta presença no mundial é bastante suada e merecida, uma vez q à luz das novas regras, será a primeira e última presença de uma equipa amadora no mundial.

E o próximo desafio, o mais falado, é um sonho para qualquer jogador de râguebi. Jogar contra uma das melhores e mais míticas selecções de râguebi do mundo... Nem q eles tivessem o dobro do nosso tamanho!
Toda a gente diz q é uma vitória perder por menos de 100. Na minha perspectiva, jogar contra eles seria uma vitória. Acredito q para os Lobos o pensamento será semelhante! :)

Força! Sábado ao meio dia colados na SportTv.

Keyser Söze disse...

Qual haka?!?!?!??!?!?!?!?!?!

Keyser Söze disse...

Mereces uma palmada bem dada por esse comentário...

Atrás da Lua disse...

Lololol. Atão??!!!! Assim? Sem mais nem ontem?

Anónimo disse...

Acho q deves andar com falta de peso...