segunda-feira, 17 de março de 2008

Pop up the question

Congelo sempre perante a pergunta "És feliz?". Porque é importante para mim, talvez não tanto sê-lo como pensar que o sou. Porque não é pergunta que se faça; muito menos entre 2 palavras tecladas num email, por um colega de gabinete às 18:46 de uma segunda-feira à tarde. É quase uma traição, esta pergunta! Está reservada aos dias 31 de Dezembro e (talvez, vá) aos dias de anos. Agora assim?! De sopetão?!
- Sou feliz! Às vezes tenho momentos em que não estou feliz.
- Então consideras-te uma pessoa feliz com episódios de infelicidade...
- Não é bem. Sou uma pessoa feliz com momentos de... humm... ambição! Às vezes quero mais, percebes? Por exemplo, neste momento falta-me viajar.
- E sem contar com isso? És feliz?
- Sou.
- Boa resposta. Não sei se conseguiria ser tão sintético.
- Limito-me a pegar em todos os momentos bons da minha vida e pôr num prato da balança, todos os momentos maus e pôr no outro. E depois assento essa balança na balança igual, mas do Mundo.
- Ah! Mas então isso é uma felicidade subjectiva. Só pelo facto de teres nascido em Portugal já tás a ganhar!
- Mas há uma objectiva?
- Se não contares com a "felicidade" do Mundo...
- Mas como é que eu faço isso? A felicidade dos outros afecta a minha, em níveis diferentes consoante conheço e estimo a pessoa em causa ou não, é certo, mas não deixa de me afectar. Se queres que use a tábua rasa do Locke e escreva de um lado "Deve" e do outro "Haver" não podia ver telejornais, ler livros, usar a net, ouvir música (que tão feliz me faz!)...
- Eu consigo separar a minha felicidade objectiva, embora a felicidade das pessoas que me rodeam me afecte.
- Eu...
Trimmmm... Trimmmmm....

O telefone dele tocou.

Eu voltei ao meu email.

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