sábado, 19 de maio de 2007




Um dia ouvi que uma viagem é das poucas coisas na vida que é boa antes, durante e depois. Nada poderia descrever melhor o "sentimento do viajante", desde o entusiasmo expectante dos preparativos à nostalgia das recordações.

Tenho saudades disso.

Para quem trabalhou em part-time toda a faculdade com o único de propósito de financiar viagens para as quais não tinha idade nem carteira, torna-se angustiante ter de encaixar sonhos de dar a volta ao Mundo em apenas 22 de férias por ano!!!

Ainda assim, há vantagens. Como qualquer recurso escasso, o tempo tornou um bem muito mais valioso e, consequentemente, melhor aproveitado.

Já viajei de muitas maneiras: com pais em hotéis de 5 estrelas; com pais em intermináveis excursões de carro nas quais se dormia (com sorte) num hotel ranhoso na beira da estrada; com amigos em pousadas baratas; com amigos em hotéis bons; a viver praticamente no carro; de mochila às costas; de mala atrás... até numa banheira já dormi!!! Felizmente, tanto eu como os meus irmãos fomos educados ao abrigo de algumas "leis parentais", uma das quais é exactamente "Agradece aquilo que tens. É mais do que a maioria das pessoas. Deves estar bem tanto no melhor hotel do Mundo como numa rede pendurada entre 2 árvores."

Claro que sabe bem ter uma caminha lavada e um banho à espera após um dia de viagem, bem como empregados simpáticos que atendem todos os nossos caprichos, comida óptima... tudo o que se espera nos serviços de um hotel. Quem não concordar não é aventureiro, é hipócrita! Porque ser aventureiro, viajante, explorador é outra coisa. É saber que isto é assim mas preferir mandar-se sem grande rigidez de planos e destino porque conheceu e apaixonou-se pelo "Abandono".
O "abandono" só é conhecido por quem já teve "Férias a sério" - completamente diferente da 1ª quinzena de Agosto passada no Algarve, são as férias das pessoas que conhecemos, do relógio que usamos no pulso, da marcação de horas para jantar. É sentir que a única coisa que nos impede de desaparecer, ou melhor, ficar por lá, por oposição a voltar à rat race, é a vontade.

Tou mesmo a precisar de me perder de novo, para me encontrar...
[Fotos tiradas daqui, daqui e daqui.]

3 comentários:

White Chocolate disse...

Como sei e adoro o "abandono"...o perder-me sem horas, o comer à hora que me apetece, o andar a deriva, o ficar meia hora a olhar para algo extraordinário sem ter de me apressar, o conhecer pessoas de todo o mundo...

Realmente revejo-me nas tuas palavras...já o fiz, tudo, todo o tipo de férias (incluindo a 1ª quinzena no algarve - nao tenho saudades nenhumas...), mas o que realmente me apaixonou e deixou para sempre fanático pelas viagens foi um pouco esse "abandono"...sim é verdade...de facto de vez em qd sabe bem o luxo...mas para mim o importante e o que realmente gosto é perder-me em países distantes em culturas distintas, em rostos diferentes...é beber um pouco de tudo o que me rodeia, assimilar o máximo...viver o País onde estou, o verdadeiro, o genuino!

Vivo e trabalho para a próxima viagem...pode ser que um dia nos cruzemos por aí, algures neste mundo por explorar.

Atrás da Lua disse...

Mais uma vez obg por tão gentis palavras...
Sim. Quem sabe não nos cruzamos por aí em sítio nenhum... A avaliar pelo que dizes, deves ser um bom viajante.

White Chocolate disse...

:)

E também eu estou a precisar de me perder de novo, para me encontrar...

(muito bom)