domingo, 21 de setembro de 2008

Deambulações da mente sobre as do coração

Título piroso, eu sei. Mas faz sentido.
Uma conversa inesperada a horas tardias relembrou-me da teoria do unicórnio, na qual já não pensava há uns tempos largos.
Unicórnio - animal mitológico, tem o corpo de um cavalo alado e um corno na testa. É considerado indomável, excepto por uma virgem.
Ao pensar nos diversos personagens que povoam a minha vida (a quem gosto de chamar amigos) constato que já não somos propriamente folhas em branco no que a relações diz respeito. Sempre achei que todos nós temos pelo menos um unicórnio na vida. Aquela/e who got way. Aquela/e que nos apanhou de repente, nos atirou ao ar para o vértice de um furação nos baralhou os interiores, nos pendurou de cabeça para baixo para que a vida nos caísse dos bolsos. Invarialmente, essa pessoa assume o estatuto de unicórnio. Mesmo que passem anos, mesmo que tenhamos outras pessoas muito melhores pelo caminho, mesmo que estejamos muito melhor, nunca lhe vemos os defeitos (nem presentes nem passados), continuando a ter aquela sensação estranha sempre a/o vimos.
Não podemos fazer nada quanto a isso, excepto talvez perceber que afinal são só cavalos e estávamos a tripar com os cogumelos que não metemos.

1 comentário:

Anónimo disse...

muitas vezes são com estas conversas que fechamos ciclos. nos resolvemos, saramos feridas desconhecidas, tiramos o corno daquilo que fica apenas um cavalo, desvirginamos a tipa que achamos que só ela pode domesticar o unicórnio, damos conselhos que no fundo são para nós mesmos...E muitas vezes sabe bem conversar, sabem bem esses minutos, valem apenas por saberem bem...Por tudo isso e por ainda termos a capacidade de nos surpreender...È bom confeccionar por meio de uma conversa desinteressada uma ligação igualmente desinteressada..."foi uma óptima conchinha"